A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) solidariza-se, neste momento de dor, com todas as famílias que estão sofrendo as consequências do rompimento da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG, lamentando pelas mortes (60 pessoas, até então) e pelas perdas ocorridas para mais de uma centena de famílias de agricultores e agricultoras familiares que viviam na base territorial das áreas atingidas, produzindo alimentos para as suas subsistências e também para abastecimento da grande Belo Horizonte.
O ocorrido em Brumadinho/MG atinge não apenas a população local, mas atinge toda a sociedade brasileira, que luta pela preservação do meio ambiente e denuncia a exploração demasiada feita pelo capital, que visa o lucro a todo custo, mesmo que para isso ponha em risco a segurança da vida, em todas as suas vertentes, inclusive a humana.
A CONTAG tem, por meio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG), denunciado e alertado o poder público, de forma incansável e continuada, quanto à necessidade de aperfeiçoamento dos mecanismos de monitoramento e fiscalização das barragens de rejeitos de minérios, tendo em vista que, com base nos dados publicados pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), mais de 10% das barragens mencionadas possuem estruturas comprometidas que resultam em preocupação real de rompimentos, o que faz com que a sociedade fique em alerta constante.
Portanto, a CONTAG reafirma que não foi acidente o que aconteceu em Brumadinho: foi um crime! Cobramos que as organizações competentes sejam responsabilizadas e que tomem as devidas providências para dar total apoio e reparação às famílias das vítimas e às que perderam seus bens, propriedades e animais. Também é urgente que seja aprovado um plano de recuperação ambiental da área da barragem e das atingidas com a lama e rejeitos para ser implementado pela Vale. Esperamos que o caso de Mariana e agora o de Brumadinho sirvam de alerta para que mais tragédias como essas não se repitam. FONTE: Direção da CONTAG