A CONTAG reconhece a importância de estar inserida nos preparativos e nos rumos das discussões da Conferência das Nações Unidas da Rio+20, que acontecerá em junho desse ano. Por esse e outros motivos, promoveu um momento de análise de conjuntura, na tarde desta quarta-feira (15), entre a antropóloga Iara Pietricovsky, que é membro do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), e a diretoria e assessoria da confederação.
Iara fez todo um resgate sobre os períodos onde surgiram alguns direitos essenciais na vida dos povos de todo o mundo e, principalmente, sobre o surgimento do tema Governança Global. A antropóloga fez uma ligação desses momentos com o cenário da Eco 92, que aconteceu no Rio de Janeiro, e agora com a expectativa da realização da Rio+20. “Foi a partir da Eco 92 que a ONU começou a debater o desenvolvimento com sustentabilidade. Podemos considerar como um marco, que passou a regular a nossa vida desde então”, afirma.
Para a palestrante, a Rio+20 acontece em um período que permanece a crise econômica mundial, repercutindo e impactando o sistema produtivo e o meio ambiente. “Uma das preocupações é que o documento preparado pela ONU para a conferência é muito genérico e as conferências anteriores não trouxeram avanço algum para enriquecer o texto”.
Durante o debate, a convidada também levantou algumas questões para reflexão. Uma delas foi sobre qual seria o novo padrão de produção e consumo diante do atual cenário mundial, onde o governo detém a força armada, a força jurídica e a força do dinheiro. Nesse sentido, a Rio+20 será uma oportunidade única para discutir essas questões, principalmente porque irá reunir a totalidade dos países com o propósito de debater e convergir pensamentos e valores ideológicos em torno dos temas centrais da conferência. “Nesse momento, temos que nos mobilizar e esquecer esse discurso de que no nosso país está tudo bem, tudo maravilhoso”, incentiva Iara.
Quanto à Cúpula dos Povos, que acontecerá paralelamente à conferência, a palestrante informou que a idéia é que esse fórum de discussão não seja abolido, pois essa é uma luta que não se encerra. “Sem as Reformas Política, Tributária e Agrária não conseguiremos mudar o cenário atual. Por isso, precisamos insistir nessas questões”, opina.
Por fim, a vice-presidente e secretária de Relações Internacionais, Alessandra Lunas, avaliou que a CONTAG tem feito essa discussão sobre como avançar nos debates além da fronteira. “A Rio+20 é um dos momentos, mas vai muito além disso. Inclusive, temos que superar algumas dificuldades com os outros movimentos sociais. A CONTAG estará presente e defendendo sua posição na Rio+20”, adianta. FONTE: Imprensa Contag - Verônica Tozzi