Fundada em 22 de dezembro de 1963, no Rio de Janeiro, a Contag se tornou a maior representação sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais. No ano da fundação, existiam 14 federações e pouco mais de 475 sindicatos. Hoje são 27 federações e cerca de 4 mil sindicatos que representam cerca de 20 milhões de trabalhadores do campo.
O livre funcionamento da entidade durou pouco. Em março de 1964 houve o golpe militar e a Confederação foi ocupada por um interventor. O retorno da direção para a categoria só ocorreu quatro anos depois, com a eleição de José Francisco da Silva. A partir daí, iniciou o processo de retomada da luta pela reforma agrária e melhores condições de vida para os trabalhadores rurais. "Não tinha como fazer grandes manifestações porque o período não permitia, mas era necessário fazer um trabalho de manutenção de articulação com todo o movimento", lembra o ex-presidente da entidade, Francisco Urbano.
Nos anos seguintes, a Contag participou intensamente dos movimentos pelo fim do regime militar e pela retomada da democracia. A entidade também participou de mobilização pela ampliação de direitos para os trabalhadores e trabalhadoras rurais e da formulação do conceito de agricultura familiar. As intervenções da Contag ajudaram na elaboração de várias políticas públicas, entre elas, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
O atual presidente, Manoel dos Santos, ressalta que, apesar dos desafios superados pela entidade em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, muito trabalho ainda tem de ser feito. Ele comenta que as parcerias feitas pela Contag com setores público, intelectual e com outras entidades são válidas para a construção de mudanças, mas a independência é importante. "É preciso trabalhar essas parcerias e ao mesmo tempo se manter independente e com coerência em nosso projeto. Não podemos retroceder em relação aos grandes embates". FONTE: Ciléia Pontes, Agência Contag de Notícias