Precisamos criar estratégias para o fortalecimento de uma política de equidade que se torne concreta para as populações do campo e da floresta. Com esse mote, a CONTAG apresentou na tarde desta quinta (25 de maio), a pauta de reivindicações do Grito da Terra Brasil (GTB) ao Ministério da Saúde. Entre os pontos centrais negociados, a ampliação do número de equipes de saúde, a estruturação da rede pública de saúde (principalmente para municípios com menos de 50 mil habitantes), mais profissionais de saúde para os municípios do interior e saneamento básico no meio rural. “Motivados pelas ofertas da rede privada os médicos recém-formados não têm ido para o interior. Identificamos também um percentual muito baixo de saneamento no campo e a FUNASA está muito distanciada do meio rural”, analisa José Wilson, secretário de Políticas Sociais da CONTAG. Com relação ao uso dos agrotóxicos, questões intrigantes foram abordadas. Primeiro, como se justifica que, embora seja banida no mundo inteiro, a comercialização de agrotóxicos no Brasil ocorra livremente? A CONTAG questionou também a taxação de gêneros alimentícios e medicamentos, enquanto os agrotóxicos são livres de impostos. Segundo dados apresentados pela confederação a contaminação por agrotóxicos tem sido crescente. Eles analisam que é preciso monitorar a situação. “O fim da pulverização aérea também precisa ser encarado. Sugerimos a criação de um grupo de trabalho para discutir esse assunto”, recomenda José Wilson, que sugere também o fortalecimento da ANVISA. Para ele, é preciso criar um instituto de pesquisa voltado à agroecologia, com o objetivo de substituir os agrotóxicos por alternativas sustentáveis. O presidente da CONTAG, Alberto Broch lembrou ainda que existem vários produtos orgânicos que esperam há anos pelo registro do Ministério da Agricultura: “São produtos que substituem os agrotóxicos com eficácia. Basta legalizarmos as iniciativas que já existem”. Os rurais alertaram para a importância de uso do protetor solar pelos agricultores e agricultoras familiares e reivindicaram que o mesmo seja disponibilizado e custeado pelo SUS. Com relação à Previdência Social, cobraram medidas com relação a demandas apresentadas ao governo no ano passado, entre elas o reconhecimento oficial de doenças ligadas ao trabalho e até então não reconhecidas pelos médicos. “Como pensar em políticas preventivas se esse tipo de doença é tratado como inexistente?”, questiona José Wilson. “Precisamos que vocês continuem nos ajudando na definição de nossas prioridades e acompanhando nossas ações, nos monitorando e fazendo sugestões”, registra o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
FONTE: Imprensa CONTAG - Maria do Carmo de Andrade Lima