A Agricultura Familiar do Mercosul esteve em debate nesta quarta-feira (09) em Brasília. A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) recebeu em sua sede os coordenadores nacionais da Reunião Especializada da Agricultura Familiar (Reaf) Mercosul, do Uruguai, Argentina, Brasil, Paraguai e Chile, para debater temas importantes para o setor, como, por exemplo, cobrar mais espaço para as organizações da agricultura familiar neste espaço de diálogo regional e de proposição de políticas públicas.
Outros temas debatidos foram a renovação do Fundo da Agricultura Familiar (FAF) Mercosul, que garante ampla participação das organizações da agricutura familiar e programas e projetos para o setor; a manifestação do apoio do Brasil à Década da Agricultura Familiar (AIAF+10) no Conselho Mundial de Segurança Alimentar da ONU (CSA); a geração de políticas públicas e harmonização de normas para a agricultura familiar do bloco; e também foi uma agenda para marcar a apresentação formal do vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG, Alberto Broch, que assumiu recentemente a Secretaria Geral da Confederação de Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (Coprofam), presente em sete países.
Além da Diretoria e Assessoria da CONTAG, participaram da reunião a equipe da Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), o secretário técnico da Reaf Mercosul, Lautaro Viscay, sua assessoria e os coordenadores da Reaf do Uruguai (diretor de Desenvolvimento Rural do Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca, José Olascuaga), da Argentina (secretário de Coordenação e Desenvolvimento Territorial, Santiago Hardie), do Brasil (secretário especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, José Ricardo Roseno), do Paraguai (vice-ministro de Agricultura e Pecuária, Mario Rubén León Frutos), e do Chile (responsável de Organizações no INDAP, Juan Guido Vidal).
O presidente da CONTAG, Aristides Santos, aproveitou para apresentar a CONTAG e sua trajetória de luta e de organização dos agricultores e agricultoras familiares brasileiros(as). “Coordenamos um sistema confederativo, com 27 Federações filiadas e mais de quatro mil Sindicatos. E a nossa nova Diretoria foi eleita com paridade de gênero, avançando na luta pela igualdade entre homens e mulheres e com o cumprimento da cota de 20% de jovens”, explicou Santos.
Alberto Broch também apresentou a Coprofam, que foi criada há mais de duas décadas com o intuito de unir as organizações da região que representam a agricultura familiar campesina e indígena em busca de espaços de diálogo e proposição. “E a Reaf é um espaço muito importante, é a única experiência no mundo de diálogo e construção de políticas públicas da agricultura familiar entre os países. Credito os avanços da agricultura familiar na região ao trabalho e diálogo feito dentro da Reaf”, destacou Broch. O vice-presidente cobrou, ainda, mais espaço das organizações da agricultura familiar na Reaf Mercosul. “Já tivemos mais espaço e podíamos contribuir e incidir mais logo do início da Reaf e agora sentimos a necessidade de retomar esse protagonismo da sociedade civil junto aos governos”, reforçou.
O secretário da Sead, José Ricardo Roseno, destacou a importância da parceria com o movimento sindical, principalmente com os Sindicatos nos municípios para implementar e avançar nas políticas públicas. “Temos muito respeito pela CONTAG e agradecemos todo o apoio à SEAD. Temos o compromisso de qualificar a participação da CONTAG nos espaços no país e na região”, afirmou Roseno.
A importância da Reaf também foi destacada pelo secretário técnico Lautaro Viscay. “Cerca de 20 trabalhos de doutorado estão estudando o espaço da Reaf. Esse espaço de diálogo se transformou em uma política de Estado. Mesmo com alternância de governos temos conseguido avançar nos trabalhos, porque foi construída com bases sólidas. Portanto, a Reaf é um espaço para orientar os governos e melhorar as perspectivas das políticas públicas”, avaliou Viscay. O secretário também defendeu a proposta de ampliar a participação da juventude nas seções da Reaf. “Se queremos construir sustentabilidade, essa tem que ser uma das nossas prioridades. Só se constrói agenda renovada com maior participação renovada, com mais jovens”, defendeu. FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi