Francisco Batista Júnior foi reeleito para a presidência do Conselho Nacional de Saúde (CNS), durante reunião ordinária da entidade, na última quarta-feira (12). Ele é membro da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social da CUT (CNTSS-CUT) e, desde novembro de 2004, integra o CNS. Graduado em Farmácia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e pós-graduado na mesma universidade, Francisco Batista ocupou a presidência do CNS no último ano, quando, pela primeira vez em sua história, a entidade colocou na presidência um conselheiro eleito e não o ministro da Saúde. Ele ficará no cargo por mais um ano, com a opção de reeleição por mais 12 meses. "Temos importantes desafios pela frente e um deles é discutir um modelo diferenciado de atendimento entre o meio rural e o meio urbano", afirma. Qual a importância de se ter um representante dos trabalhadores na presidência do CNS?Francisco: Na verdade, a representação é dos movimentos sociais, que dão voz dentro do Conselho aos trabalhadores e trabalhadoras dos mais diversos segmentos, do campo e da cidade. É reflexo de uma atuação organizada e coletiva, sem qualquer viés comparativo, que tem como principal objetivo a defesa e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Como será o trabalho do CNS no próximo ano?Francisco: A idéia é aproximar cada vez mais o Conselho do SUS, de modo a permitir o exercício de um controle social democrático e participativo. Vamos continuar a aproximar o CNS dos conselhos estaduais e municipais, aprofundar e fortalecer os debates e promover, com o Poder Público, projetos que permitam melhorias reais no sistema de saúde brasileiro. Mas não deve haver um modelo único: as políticas federais, estaduais e municipais têm que ser pensadas a partir das particularidades de cada região, de cada grupo étnico e levando em conta as especificidades da cidade e do campo.
Como você avalia o fim da CPMF (nesta quarta-feira, o Senado Federal rejeitou a continuidade do imposto, que teria parte de sua arrecadação destinada à Saúde) e os impactos na saúde pública?Francisco: É um prejuízo muito grande, incalculável nesse momento, e que terá reflexos nas populações mais carentes. Foi um movimento triste de alguns parlamentares, a oposição barrou o projeto por um interesse político, e não se guiou pelo interesse público.