Brasília (15.4.2008) - A importância do fortalecimento das redes de pesquisa voltadas para a agroecologia e os sistemas orgânicos de produção, por meio de linhas de financiamento, foi ressaltada nesta terça-feira (15), em Brasília, na 30ª Conferência Regional da FAO para América Latina e Caribe.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), trabalha o projeto Bases Científicas e Tecnológicas para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica no Brasil. Estão envolvidos no programa 27 unidades da Embrapa e mais 25 instituições parceiras, entre ONGs e universidades. Hoje, a empresa desenvolve outro projeto, em rede, Transição Agroecológica, Construção Participativa do Conhecimento para a Sustentabilidade. O objetivo é trabalhar práticas que contribuam para o desenvolvimento ambiental e social.
O coordenador de Agroecologia do Mapa, Rogério Dias, enfatizou a necessidade de valorizar o mercado local na área de orgânicos. "Esses produtos não podem ser vistos apenas pelo lado econômico. Deve-se ter preocupação com os pequenos produtores, com a valorização dos conhecimentos e da diversidade. Ou seja, não se deve pensar na agricultura orgânica só para o mercado externo, sendo necessário desenvolver políticas públicas e iniciativas que fortaleçam os mercados locais", explicou.
Na próxima quinta-feira (17), representantes do setor de orgânicos vão entregar um documento às autoridades da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O objetivo é pedir a inclusão do tema de orgânicos na próxima Conferência Regional, marcada para 2010.
Setor de orgânicos - Estima-se que 15 mil produtores brasileiros trabalhem em uma área de 800 mil hectares. Entre os principais produtos orgânicos do Brasil estão a soja, hortaliças, café, mel, açúcar e frutas. FONTE: Portal do Ministério da Agricultura