A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) distribuiu 45 mil toneladas de alimentos para as famílias em situação de insegurança alimentar, informou o diretor de Apoio a Projetos Especiais da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Marcos Loureiro.
Ao programa NBR Entrevista, do canal de TV a cabo do Poder Executivo, ele explicou que ministério trabalha de forma compartilhada com outros órgãos de governo e que o processo de seleção e distribuição das cestas parte de critérios estabelecidos pelos parceiros."Um exemplo é o caso dos indígenas: a Funai [Fundação Nacional do Índio] e a Funasa [Fundação Nacional de Saúde] fazem a seleção, a indicação e a distribuição das cestas a esse contingente", contou.
Para Marcos Loureiro, "o governo inovou na distribuição de cestas, que durante décadas foi um forte instrumento de poder para políticos locais, na distribuição e na seleção das famílias beneficiadas - agora os próprios organismos que trabalham com esses grupos vulneráveis desenvolvem os critérios e fazem o acompanhamento e o controle, tanto da seleção quanto da distribuição".
O ministério informou que a cesta distribuída é padronizada, com 22 quilos e composta de oito itens, mas há uma preocupação em elaborar uma cesta diferenciada, dos pontos de vista regional e étnico.
"Já foi encomendada uma pesquisa neste sentido. O Brasil é um país extremamente diversificado, principalmente na cultura alimentar: não podemos, com uma ação que é do governo, massificar os costumes alimentares, em alguns casos até forçando esses hábitos", esclareceu Loureiro.
Em 2007, cerca de 400 mil famílias foram atendidas, com a distribuição de 1,77 mil cestas em todo o país, acrescentou o diretor, para quem o programa é emergencial: "A cesta de alimentos é uma ação complementar e não pode ser vista como a substituição do acesso ao alimento por parte das famílias."
A distribuição é feita em seis etapas por ano e o ministério, segundo Loureiro, descentralizou os recursos para que a Conab, por meio de leilões públicos, promova a compra dos alimentos. "Uma pequena parte é de produtos industrializados, como o óleo de soja - são duas latas por cesta -, mas esses produtos são comprados em grandes leilões, onde os fornecedores são em menor número. O restante dos itens é adquirido de pequenos agricultores familiares", disse.
Os recursos para a compra dos alimentos vêm todos do ministério, cabendo aos parceiros o ônus na logística de distribuição das cestas, explicou Loureiro, ao lembrar que a dificuldade de acesso a algumas regiões acaba encarecendo os custos dessa distribuição. FONTE: Agência Brasil