As comunidades quilombolas Filus e Jussara, localizadas em Santana do Mundaú, participaram nesta sexta-feira, das palestras sobre a Lei Maria da Penha e do direito garantido da posse da terra às famílias remanescente de quilombos. As palestras foram realizadas durante o I Encontro Quilombolas em Busca da Cidadania, promovido pelo Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), em parceria com o Instituto Irmãos Quilombolas.
"A iniciativa foi muito positiva, porque trouxe informação importante para as comunidades. O nosso principal objetivo é trabalhar o desenvolvimento social e econômico dessas famílias" afirmou a presidente do Instituto Irmãos Quilombolas, Cícera Vital da Silva, acrescentando que a principal reivindicação das comunidades é o reconhecimento da terra para que elas possam participar de programas sociais do governo federal. "No momento, essas famílias só participam dos programas Bolsa Família, do Leite e de Educação de Jovens e Adultos (EJA)", comentou.
Durante a palestra sobre a Lei Maria da Penha, a presidente do Conselho Estadual da Mulher (Cedim), Maria Aparecida Batista, falou sobre a importância da lei no combate à violência contra mulher e informou que 57% dos casos são praticados no ambiente doméstico. "Essa lei visa à construção de uma sociedade justa, igualitária e sem violência", disse.
O diretor de Projetos do Iteral, Severino Araújo, ressaltou o direito assegurado na Constituição da posse da terra aos remanescentes de quilombos e informou sobre os projetos do Iteral que estão sendo viabilizados em parceria com o governo federal para comunidades quilombolas e assentados da agricultura familiar, a exemplo do Programa Arca das Letras e de Regularização e Reordenamento Fundiário.
Na oportunidade, as famílias quilombolas reivindicaram melhores condições na qualidade de vida para as comunidades nas áreas de saúde, infra-estrutura e educação. Os técnicos do Iteral garantiram que órgão vem trabalhando para viabilizar projetos nesse sentido. Em Alagoas, foram identificadas 46 comunidades quilombolas em todo o Estado. No total são cerca de 4.378 famílias remanescentes de quilombos, que sobrevivem da agricultura familiar, artesanato e pesca.
por Assessoria FONTE: Alagoas em Tempo Real