A Repsol YPF destina boa parte de seus investimentos sociais para a área ambiental. Segundo Alejandro Roig, diretor de comunicação e relações exteriores, a companhia é a única empresa de petróleo que a SOS Mata Atlântica admite como parceira. E a parceria surpreende: em 2006 o programa Florestas do Futuro rendeu o plantio de 15 mil mudas de mais de 80 espécies de árvores nativas da Mata Atlântica numa área de 9 mil hectares em Pinheiral (RJ). "Estamos recuperando as matas ciliares com as mesmas espécies nativas locais", garante Roig. Dessa empreitada todos participam, desde funcionários da empresa até alunos de escolas agrícolas.
A iniciativa, segundo Roig, tem o objetivo de conservar os recursos hídricos do Rio, além de recuperar as áreas de mananciais do rio Paraíba do Sul, que fornece água para 5 milhões de pessoas. A SOS Mata Atlântica, além de selecionar as áreas a serem recuperadas, oferece capacitação, acompanha os alunos e identifica aqueles com potencial para que sejam multiplicadores da preservação ambiental entre a comunidade. "Todos assumem o compromisso de disseminar essa idéia de recuperação das matas", diz Roig. "Todos saem ganhando; é esta a causa de nossa boa reputação como companhia de exploração de petróleo."
Participar do esforço da recuperação das matas é uma atividade que está presente até no logotigo da Repsol YPF. Só neste ano a companhia plantou cerca de 15 mil mudas às margens da barragem de Ponte Nova, em Salesópolis (SP), que abastece de água o Sistema do Alto Tietê, onde estão situados sete municípios. A escolha tem sempre como base o estado de degradação do solo e o desmatamento de grande parte da vegetação no entorno da barragem. Essas atividades, no entender de Roig, são responsáveis pela inclusão da Repsol YPF, pelo segundo ano consecutivo, nos índices Dow Jones de sustentabilidade. "A companhia assumiu o compromisso de reduzir em um milhão de toneladas suas emissões de CO no período de 2005 a 2012", diz.
O investimento social segue sempre uma orientação que tem tudo a ver com o core business da empresa. Essa coerência, dentro do Santander, se traduz como Projeto Universidades, que se repete nos 40 países onde o banco está representado. A instituição já completou 120 anos, mas foi há 20, quando a instituição chegou à quarta geração, que se decidiu que todos os investimentos sociais seriam direcionados para a área da educação. "O Universidades foi criado em 2007 no Brasil, mas os investimentos no segmento são muito anteriores", diz Mônica Bari Ferreira, superintende de marketing.
Os programas são muitos e bem diversificados, mas se concentram em desenvolvimento científico, empreendedorismo e intercâmbio. Atualmente 160 universitários de Portugal estão no Brasil, enquanto outros 175 universitários brasileiros desembarcam em Portugal para um programa de intercâmbio de seis meses. O Santander investe R$ 2,8 milhões neste convênio luso-brasileiro. A instituição mantém ainda uma parceria com a USP para um curso de iniciação científica para alunos do ensino médio, que deverá ter início em 2008. Serão 400 alunos que irão conviver em laboratórios e estarão em contato com grupos de pesquisa. "É uma forma de estimular e despertar os jovens para a pesquisa científica", diz Márcia.
Em 2006, o Santander investiu R$ 25 milhões em educação no Brasil; em 2007, o investimento chegou a R$ 35 milhões, ou 1,17% do lucro líquido que bateu nos R$ 308 milhões. Entre 2007 e 2010, o Santander assistirá a iniciação científica de 600 alunos, cerca de 150 por ano. Além disso, alunos da pós-graduação e funcionários de universidades têm acesso ao curso de espanhol online com conteúdo pedagógico do Instituto Cervantes. Em 2007, cerca de mil candidatos se qualificaram para o curso.
Na Telefônica, os investimentos atualmente estão todos sob o guarda-chuva Pró-Menino. Embora seja uma tradução do Pró-Niño adotado na Espanha, a versão brasileira tem objetivos diferentes. Um dos programas do Pró-Menino é o combate ao trabalho infantil, que está presente em todos os países da América Latina onde a Telefônica se estabeleceu. Na região existem de 16 milhões a 18 milhões de crianças trabalhando, segundo cálculos de Sérgio Mindlin, diretor-presidente da Fundação Telefônica. No Brasil, o projeto envolve cinco cidades e atende 1,2 mil crianças em parceria com prefeituras e organizações sociais. Em 2008, 13 novas cidades serão incluídas e o atendimento envolverá 4 mil crianças. Para que o projeto vingue, os pais das crianças também serão assistidos com programas de geração de renda. Em 2006, a Fundação investiu R$ 1,8 milhão no combate ao trabalho infantil.
Jovens em Conflito com a Lei é outro programa que a fundação mantém. Já beneficiou 3,2 mil adolescentes entre 2000 e 2007, com investimentos de R$ 2,7 milhões e está presente em 16 cidades. As Redes de Atenção a Crianças e Adolescentes interliga prefeituras de oito cidades de São Paulo, além de organizações sociais, escolas, conselhos tutelares e conselhos dos direitos da criança. Por meio de um banco de dados e ao custo de R$ 1,5 milhão, 142 mil crianças poderão ser atendidas, monitoradas e socorridas, em caso de necessidade. Há ainda o Portal Pró-Menino, que contém informações sobre o ECA, legislações complementares para profissionais e um concurso que premia experiências a partir do conhecimento do estatuto.
Educação, mas com foco na saúde, meio-ambiente, prevenção de acidentes e gestão de risco, resume o investimento social da Mapfre. Em parceria com o governo de São Paulo, a Fundação Mapfre mantém seis programas que ostentam o mesmo conteúdo na Espanha. São programas de teoria e prática de educação viária. Segundo Fátima Lima, superintendente da Fundação Mapfre, o programa capacita professores que levam às crianças os conceitos sobre prevenção de acidentes.
"Dentro da escola as crianças aprendem a se proteger na rua", explica Fátima. O complemento do programa é um caminhão de 12 metros de largura, que transporta uma cidade cenográfica do tamanho de uma quadra de basquete. A finalidade é treinar os alunos para a travessia nas faixas, o respeito ao próximo e aos sinais de trânsito. Desde o início do programa 3,5 milhões de crianças do ensino fundamental já passaram pelo treinamento. Na Espanha, os programa são iguais. A parte teórica, que no Brasil chama Educação Viária é Vital, na Espanha é conhecida como Educación Vial es Vital; a Caravana Mapfre, como o caminhão é conhecido na Espanha, no Brasil recebeu a denominação Na Pista Certa. FONTE: Valor Econômico ? SP
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