A Soberania Alimentar Mundial e as estratégias para o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) serão discutidas intensamente nos próximos dias, em Brasília, por lideranças de organizações da sociedade civil, ONGs e sindicais de países de todos os continentes, que compõem o Comitê Internacional de Planificação pela Soberania Alimentar (CIP).
O CIP é uma rede internacional que reúne várias organizações que representam agricultores(as) familiares, pescadores, campesinos, pequenos e médios produtores, trabalhadores(as) rurais, e povos indígenas, bem como organizações não-governamentais. O objetivo é proporcionar um espaço comum para unificar as lutas e o debate mundial.
A reunião do CIP foi iniciada na manhã desta segunda-feira, 25 de novembro, no auditório da Escola Nacional de Formação da CONTAG, e ocorrerá até a próxima quinta-feira. A atividade começou com uma mística organizada pelos países latinos e, em seguida, foi feita a apresentação dos participantes e a aprovação da agenda. A CONTAG está representada pelo vice-presidente e secretário de Relações Internacionais, Willian Clementino, pela secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação e secretária geral da Coprofam, Alessandra Lunas, e pela assessoria.
“A minha expectativa é que essa reunião seja bastante intensa quanto às questões da soberania alimentar. Que possamos pautar todos os temas, afinal este é um espaço de articulação com as organizações nacionais e internacionais, é um espaço político da sociedade civil e esperamos incidir de forma qualificada sobre a soberania alimentar em especial e que possamos fazer um esforço para debater estratégias para o Ano Internacional da Agricultura Familiar”, diz Willian Clementino.
Para Alessandra Lunas, as expectativas também são boas. “Este é um momento fundamental para poder olhar de forma conjunta e de unificar os desafios. É um momento ímpar de balanço sobre o que conseguimos avançar nos últimos anos e estabelecer as estratégias para os próximos passos, além de fortalecer a Aliança Internacional pela Soberania Alimentar e acumular esforços de todos os continentes para o AIAF.”
Maria Noel Santiago, agricultora familiar do Uruguai, do Movimento de Agroecologia para a América Latina e Caribe (Maela) e membro do grupo facilitador do CIP, reforçou a importância desta reunião. “Aqui estão as organizações mais importantes. É um momento histórico para definir as ações para os próximos anos, as lutas conjuntas que visam a transformação social e ações mais rápidas para a garantia da soberania alimentar. Trataremos de processos articulados e políticas estratégicas, algumas linhas de incidência, desafios, identificação de parceiros e contextos sobre terra, território e modelos de produção de alimentos, tendo a agroecologia como bandeira, além da organicidade dos movimentos.”
FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi