Depois das tentativas frustradas de negocição, a comissão de diálogo e lideranças do MST finalmente começaram a conversar durante reunião realizada na noite de anteontem na Câmara Municipal. Segundo o porta-voz da comissão, o pastor Jonas Zulske, a intenção agora é discutir outra área para o assentamento, pois o ônus para o município seria menor.
A presença das lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) na reunião com a comissão criada pelo prefeito Silvio Félix (PDT) para intermediar o impasse em torno da ocupação foi encarada como início do diálogo. "Isso significa que poderemos dar seqüência aos trabalhos da comissão".
A próxima etapa agora é ir para Brasília discutir o assunto diretamente no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Segundo o pastor, o objetivo é mostrar a necessidade da área para o munícipio, considerando a importância do Horto Florestal para a população, a proximidade do aterro sanitário e a presença de chácaras nas imediações, além da criação do distrito industrial, que representaria um avanço para o desenvolvimento da cidade. "A comissão tem pressa para ir até Brasilia".
Zulske acrescentou que o grupo também quer mostrar que tecnicamente á area não é viável para assentamento, considerando ainda as instalações do Centro de Ressocialização (CR). "Mostraremos vários aspectos técnicos aos representantes do Incra, divulgando inclusive os estudos feitos durante o processo de revisão do Plano Diretor".
Paralelamente, a comissão vai continuar discutindo a possibilidade de uma nova área para o assentamento Elizabeth Teixeira pois, segundo o pastor, o ônus para o município seria menor em relação à permanência no grupo na área do Horto Florestal. "No entanto, ainda não temos outra área em vista. Isso ainda será discutido, inclusive com o prefeito e com o Incra". A Assessoria de Imprensa da Prefeitura não informou se Félix concorda com a proposta da comissão. Na reunião da comissão, a idéia teria sido apresentada pelo secretário de Governo, Sérgio Sterzo.
Já a diretora estadual do MST, Fátima Silva, afirma que a negociação para uma outra área de assentamento deve ser feita diretamente com o Incra. "A nossa opinião não influencia em nada, pois a terra é da União. Queremos apenas um lugar para as famílias viverem". Ela ainda contou que essas mesmas palavras foram usadas durante a reunião com a comissão de diálogo. (ESS/RR) FONTE: Gazeta de Limeira ? SP