A suspensão da compra da carne bovina brasileira pela União Européia foi motivo de reunião, nesta terça-feira, entre parlamentares da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Segundo o deputado Afonso Hamm (PP-RS), que participou do encontro, o interesse dos parlamentares é no sentido de pressionar o governo para que trabalhe intensamente em busca da reabertura do mercado.
Desde o início de fevereiro, a União Européia bloqueou a compra de carne bovina in natura do Brasil após rejeitar a lista de propriedades rurais tidas como aptas para exportar o produto àquele mercado. Os europeus indicaram que poderiam aceitar a carne de apenas 300 propriedades brasileiras.
Protecionismo
De acordo com Afonso Hamm, o Brasil exporta carne maturada e sem osso há mais de meio século. Nesse período, segundo ele, nenhum problema foi constatado, ou seja, não existe precedente com relação à febre aftosa. "O nosso País está sendo vítima de protecionismo que tem o objetivo de restringir o acesso da carne brasileira aos mercados", afirma.
Hamm avalia que o problema é político e não sanitário, com pressão dos produtores irlandeses.
Fazendas capacitadas
Os parlamentares foram até ao ministro para verificar como ficou a lista das propriedades capacitadas à exportação. O governo federal apresentou, inicialmente, uma lista de 2.861 propriedades auditadas e adaptadas aos critérios exigidos pela União Européia.
No entanto, após a conferência das listas, o Ministério da Agricultura reduziu para 683 o número de fazendas que cumprem as exigências do mercado europeu. De acordo com o ministro, a triagem inicial havia sido feita apenas no papel, sem que técnicos tivessem ido a campo para verificar a situação de cada propriedade.
A redução, segundo Stephanes, ocorreu porque na maioria dos casos faltaram documentos exigidos pela União Européia. Ele observa que a checagem dos dados está sendo efetuada pelos técnicos. Até o dia 15, deverão ser encaminhados novos dados para os europeus, em uma nova lista mais precisa, para que o mercado seja restabelecido.
Segundo o ministro, o Brasil está confiante porque tem carne competitiva, de boa qualidade e barata. FONTE: Agência Câmara ? DF