Durante todo o dia de hoje, 06, representantes das entidades que participam da Comissão Camponesa da Verdade (CCV) se reúnem com pesquisadores(as) de diversas universidades federais brasileiras, para juntos discutirem a proposta de criação de uma rede de pesquisa para o resgate da memória camponesa e a metodologia desse trabalho. Dentre as entidades presente estavam a Comissão Nacional da Verdade, CONTAG, Movimento de Mulheres Campesinas (MMC), Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Terra de Direitos e Plataforma DHESCA. Da parte acadêmica, estiveram presentes as Universidades Federais de Brasília (UnB), Rio de Janeiro (UFRJ), Campina Grande (UFCG), São Paulo (UNIFESP), Pernambuco (UFPE), Minas Gerais (UFMG), Paraíba (UFPB), Pará (UFPA), Goiás (UFG). As entidades acadêmicas já realizam trabalhos e pesquisas no âmbito dos direitos humanos e fatos históricos ligados à violação desses direitos, e por este motivo foram convidadas para discutir a criação da rede, visando reunir e sistematizar os materiais pertinentes já produzidos ou mesmo realizar outros. Os pesquisadores(as) sugeriram eixos para a condução do trabalho e outras questões estruturantes. Além do trabalho de pesquisa, a reunião propôs a realização de eventos, tais como seminários, audiências públicas e caravanas, com a finalidade de dar visibilidade política à questão camponesa e ao resgate histórico de violência que ainda se reflete nos dias de hoje. O que é? A criação da Comissão Camponesa da Verdade foi uma decisão do Encontro Unitário dos Trabalhadores e Trabalhadoras, dos Povos do Campo, das Águas e das Florestas, ocorrido em 2012. A proposta da Comissão Camponesa é incidir no resultado final do trabalho da Comissão Nacional, que terá um capítulo específico para a questão do campo brasileiro, bem como buscar uma mobilização nacional a respeito do tema da violação dos direitos humanos e seus impactos na atualidade. Os estudos abragem o período de 1946 a 1988, o que inclui também o período da ditadura militar no Brasil, uma época marcada por violência também no campo. A reunião O dia de reunião começou com uma apresentação sobre os objetivos e expectativas da Comissão Camponesa da Verdade em relação ao trabalho que será desenvolvido, além de um debate político sobre a questão da violação dos direitos humanos no país e quem está por trás dessa violência. Após, a CNV, representada por de Maria Rita Khell, responsável pelo relatório final das atividades em relacionadas ao campo, apresentou a proposta, e no momento seguinte, a SDH e as Universidades socializaram suas atividades e pesquisas sobre o assunto. Após debater sobre os aspectos da pesquisa, os presentes debateram sobre a formação da rede de pesquisa, seu caráter, objetivo e abrangência, e organizaram uma agenda de trabalho, para que o projeto possa ser efetivado. FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila