Na última semana, os participantes da 12ª Plenária da Central Única dos Trabalhadores (CUT) homenagearam a sindicalista paraibana Margarida Alves, assassinada em 1983. A dirigente, que protagonizou importante luta em defesa dos direitos humanos e trabalhistas de trabalhadores rurais na região de Alagoa Grande (PB), foi lembrada pela entidade, que também fez homenagem póstuma a Chico Mendes, Maria Ednalva Bezerra de Lima e Lúcio Guterres.
A 12ª Plenária, que reúne representantes dos sindicatos, federações e confederações ligados à CUT, teve início na segunda-feira, com a 2ª Plenária Nacional de Mulheres e se encerrou na última sexta-feira, com a Assembléia da Classe Trabalhadora na cidade de São Bernardo do Campo (SP).
Criada em 28 de agosto de 1983, a CUT comemora este ano 25 anos de existência. Presente na 12ª Plenária, o presidente da Contag, Manoel dos Santos, avalia que as discussões e lutas lideradas pela entidade foram importantes para toda a classe trabalhadora.
"A CUT prestou um grande serviço para o fortalecimento das lutas do movimento sindical, de forma combativa, autêntica, discutindo tanto as questões e reivindicações das diversas categorias frente ao patronato e ao governo, quanto a discussão da democratização interna do movimento", ressalta.
Mulheres - A coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag e vice-presidente nacional da CUT, Carmen Foro, esclarece que em 25 anos a Central foi a entidade que mais garantiu espaço para o debate sobre as mulheres e a que mais avançou em relação às políticas de gênero.
Sobre a 2ª Plenária Nacional de Mulheres, a dirigente ressalta que temas atuais sobre a participação feminina no mercado de trabalho e no movimento sindical foram destacados.
"Temas como política e implementação das cotas, a plataforma de luta atualizada das mulheres e grandes temas como redução da jornada de trabalho, convenções 151 e 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) enriqueceram bastante o debate das mulheres e reforçam nossa posição política frente aos grandes temas da CUT", avalia.
Em relação aos 25 anos da Central, Carmen Foro avalia que a atuação da entidade foi positiva. "O balanço que eu faço é positivo tanto no avanço da política de gênero quanto no avanço da discussão das questões em prol de toda classe trabalhadora", diz.
Nesta plenária, o regimento interno da entidade sofreu uma alteração. Ele agora garante o cumprimento de cotas de gênero para as direções das CUTs estaduais e das confederações e federações ligadas à Central. A medida determina que as direções eleitas para essas entidades não tomarão posse até que a cota mínima de 30% de um dos sexos seja cumprida. A aprovação foi comemorada pelas mulheres. FONTE: Ciléia Pontes