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COM UM INVESTIMENTO TOTAL DE U
Com um investimento total de U 14,5 milhões, a usina eólica a ser instalada em Canoa Quebrada gera polêmica
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06 de Dezembro de 2007

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com um investimento total de u

Na reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema), na sede da Semace, foi apresentada uma nova planta da central eólica da empresa Rosa dos Ventos. Duas, de um total de sete, turbinas mais próximas da Vila dos Esteves (aproximadamente 200 metros da comunidade), no litoral de Aracati, ficarão um pouco mais afastadas do local original - cerca de 60 metros.

A decisão acontece uma semana após o protesto do Movimento dos Povos Unidos ter ocupado por dois dias o canteiro de obras da empresa Rosa dos Ventos. A advogada da empresa, Tâmara Silveira, diz não haver razão para os protestos contra a instalação da usina eólica. "A nossa energia é limpa, e não vai prejudicar os moradores nem o lençol freático, como alguns têm alegado. Tudo está feito de acordo com o que foi permitido pela Semace". Conforme a advogada, as turbinas eólicas não serão instaladas nas dunas, mas em áreas de tabuleiros. "A própria Semace afirma isso", comenta.

A empresa Rosa dos Ventos alega que terá prejuízos com a transferência das duas turbinas, que estarão fora do lugar inicialmente programado e não terão exatamente o mesmo potencial eólico do que se estivessem conforme a planta original. A assessora jurídica diz que a comunidade, de um modo geral, não tem feito reclamações com relação à instalação das usinas. "Eu não vi a comunidade, vi foi o pessoal do Movimento dos Sem Terra (MST)".

A representante do Movimento dos Povos Unidos, Nelke Sommerdijk, moradora da Vila dos Esteves, vê como paliativo o afastamento das turbinas eólicas do local programado. "As turbinas ficarão apenas um pouco distantes, mas continuarão dentro de uma Área de Proteção Ambiental (APA) e prejudicará o meio ambiente do mesmo jeito".

Nelke diz que a instalação da usina irá prejudicar não somente pela degradação ambiental, mas pela tomada de espaço da fiação elétrica passando próximo à comunidade. O temor é de acabar o turismo em Canoa Quebrada - uma usina de energia costuma atrair para próximo outras indústrias, o que, na análise dos manifestantes, desconfiguraria o quadro ambiental-turístico do litoral.

POVOS UNIDOS

Comunidade protesta contrária ao projeto

Aracati. Desde que a Semace autorizou a instalação da usina eólica em Área de Proteção Ambiental (APA), ao mesmo tempo, catalogada como Área de Relevante Interesse Ambiental, o Movimento dos Povos Unidos e a Associação dos Moradores dos Esteves de Canoa Quebrada (Amecq) mobilizam-se contrários à obra.

Os trabalhos começaram em agosto. No dia 14 de novembro, os manifestantes ocuparam a sede do Ibama em Aracati, exigindo diálogo com o superintendente do órgão, o que foi feito simultâneo à ocupação por outra equipe de manifestantes na sede do Ibama, em Fortaleza. Ficou acordado que dois analistas ambientais do órgão visitariam o lugar, o que foi feito dias depois pelos analistas Carlos Matos e Edvaldo Lopes. Mas mesmo com a constatação de que se trata de uma APA, os fiscais receberam como resposta da empresa Rosa dos Ventos que "temos autorização da Semace para atuar na área".

No dia 26 de novembro, os mesmos manifestantes ocuparam o canteiro de obras da usina por dois dias, até decisão da empresa e da Semace de que iriam discutir a situação. Em reuniões na semana passada, a Semace pediu, e a empresa acatou, que duas turbinas fossem instaladas mais distantes. "Tivemos uma pequena vitória, mas a luta continua", afirma Nelke Sommerdijk, do Movimento dos Povos Unidos.

Melquíades Júnior

Colaborador FONTE: Diário do Nordeste ? CE



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