Toda Mídia
Nelson de Sá
Saiu antes no Google, que agora tem acordo com a Associated Press e outras, e depois nos sites de "New York Times" etc., "Organização Mundial do Comércio decide contra os EUA nos subsídios ao algodão". Foi "uma vitória maior para o Brasil", autor da ação, "e os países da África". Não demorou e o governo dos EUA se pronunciou "muito desapontado". Mais um pouco e o brasileiro reagiu se declarando "muito satisfeito". Por aqui, foi a manchete no site da Reuters Brasil; nos demais, o destaque foi o quinto processo de Renan.
A decisão foi precedida ontem por longo editorial do "Wall Street Journal", "Cotton club", e longo artigo no mesmo "NYT", "Colheita da vergonha" -ambos de ataque aos subsídios e ao lobby dos fazendeiros.
E A DEMOCRACIA?
Por aqui, da pouca atenção nos sites às escaladas na TV, a única notícia do primeiro dia da viagem de Lula à África, em Burkina Faso, de economia voltada ao algodão, foi CPMF.
Ao fundo, da blogosfera à BBC original, destaque para a ditadura vigente há décadas -e aos "enormes castiçais" no palácio do ditador Blaise Comparoé, de Burkina. Lula até defendeu a democracia, mas avisando para "ter em conta a palavra mágica, paz".
BUSH LIGOU
"Porta-vozes do mundo em desenvolvimento", segundo a France Presse, a trinca Índia, Brasil e África do Sul segue sob pressão para ceder na Rodada Doha. Seu encontro, que encerra a viagem de Lula, seria a "esperança" dos EUA.
Na manchete do site "The Hindu", ontem, "Bush ligou para o primeiro-ministro" indiano para abordar Doha -e o acordo nuclear bilateral que foi posto em suspenso, sem aviso, pelos indianos.
PARA QUÊ?
Robert Zoellick, o americano "sub do sub do sub" que hoje preside o Banco Mundial, segue em blitz de mídia, com declarações para "Financial Times", "WSJ" e outros, sempre sublinhando a opção pelos pobres. Para a África, prometeu "revolução verde". E ontem veio o "New York Times" e destacou que o "Banco Mundial negligencia a agricultura africana, diz estudo" da própria instituição.
No próximo final de semana, os enviados de 185 países baixam em Washington para a reunião anual do banco e do FMI, dirigidos por EUA e Europa. A pergunta no ar, segundo o "WSJ": "O mundo precisa de algum dos dois?".
COMPRADORES
Sob o título "Compradores comprados", o "El País", em meio às seguidas aquisições espanholas por aqui, destacou que agora são "cada vez mais numerosas as empresas de emergentes como o Brasil, a Rússia, a Índia e a China, que crescem à base de comprar as companhias ocidentais".
VALE E PETROBRAS
De um lado, a Veja On-line deu o "CVRD Day" em Wall Street. A Vale abriu projetos, divulgou investimentos e "bateu o martelo" no pregão.
De outro, sites externos do setor deram que a Petrobras iniciou produção de petróleo "leve, de excelente qualidade, a 44º API", no Nordeste.
BOLSA-FAMÍLIA À CHINESA
Em artigo ontem no estatal "China Daily", um dos editores escreveu que o congresso do PC abriu com o país "no caminho certo para conter a desigualdade social", que aumenta sem parar. O texto se concentra no "Sistema Dibao" -que na "essência é similar ao Bolsa-Família, um plano governamental imensamente popular no Brasil" e que "inspira esperança para a China" pelos resultados.
Por outro lado, o texto termina afirmando que, "mais importante, as duas economias emergentes estabeleceram o paradigma alternativo de desenvolvimento que mostra que mais reforma não tem que significar menos estado". FONTE: Folha de São Paulo ? SP