Parece que o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, não entendeu bem o recado do presidente da CONTAG, Alberto Broch, que relembrou os 50 anos de história da confederação e sua importância política na redemocratização do país, seu papel no debate pelo desenvolvimento rural sustentável e no fortalecimento da agricultura familiar. Os dirigentes sindicais não saíram nada satisfeitos da audiência que tiveram na tarde desta quinta (25 de maio) com o ministro. “Escutamos muitas respostas evasivas com relação às questões que pontuamos. Queremos um posicionamento mais firme do ministério. Tudo parece que não vai passar do plano das intenções”, criticou Juraci Souto, secretário de Organização e Formação da CONTAG, visivelmente insatisfeito na saída do encontro para tratar da pauta de reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o país, em sua maior ação de massa, o GRITO DA TERRA BRASIL. “Precisamos sentir que houve uma mudança de postura nesse ministério e a garantia de um processo permanente de diálogo”, cobra Aristides Santos, secretário de Finanças e Administração da CONTAG. A apresentação dos pontos centrais da pauta de reivindicações do GTB, apresentados por Juraci, versavam sobre a regulamentação da contribuição sindical, a representatividade das entidades sindicais na construção de critérios junto ao MTE, a descentralização dos processos de registro sindical no MTE para as superintendências regionais nos estados, projeto de capacitação para acesso ao Cadastro Nacional de Entidades – CNES, a retomada do PROESQ como linha de investimento em atividades de construção e desenvolvimento de metodologias de qualificação profissional e social para os trabalhadores rurais e a criação e implementação de um amplo programa de formação para os trabalhadores e trabalhadoras rurais, atendendo ainda esse ano a cinco mil beneficiários, destinando R$ 5,1 milhões de recursos do FAT, com a participação da CONTAG na organização e na definição dos referenciais metodológicos. Antonio Lucas, secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da CONTAG, falou sobre as dificuldades na fiscalização das relações de trabalho: “Não adianta trocar de ministro se a estrutura do ministério não mudar. A lentidão da máquina administrativa penaliza os trabalhadores e trabalhadoras rurais do país”. O ministro demonstrou disposição de dialogar e agradeceu a presença da comissão de rurais: “Esperamos dar mais do que respostas. Queremos que elas sejam à altura da CONTAG”, disse ele.
FONTE: Imprensa CONTAG - Maria do Carmo de Andrade Lima