A chuva do último final de semana trouxe de volta a esperança para os agricultores familiares do Município. Eles cultivam seus alimentos em pequenas hortas ou propriedades localizadas nos bairros mais afastados do Centro da cidade e têm na cultura a possibilidade de complementar suas refeições, economizando com a compra de hortifrutigranjeiros.
Desde os dez anos, Erico Fernandes Braz, 68, planta legumes e verduras em sua própria casa. Somente com o que colhe, sua família chega a economizar cerca de R$ 100 por mês. No entanto, a seca registrada este ano aumentou as despesas de Braz, que precisou comprar produtos que até então tinha em sua horta, como cenoura, batata, vagem, tomate, ervilha, alface, entre outras espécies. "Plantamos somente para consumo e, quando a colheita é boa, fazemos uma renda extra comercializando alguns produtos para os vizinhos. Infelizmente, este ano, não tivemos alimentos suficientes nem para nós", conta.
Mas a esperança aumentou com a chegada do outono e a promessa de chuva. "A terra já está revirada, aguardando apenas pela água", fala ele, que não possui bomba para manter o solo úmido. "Os últimos três anos foram difíceis", conclui.
Fábio Miranda mora no bairro Bosque Silveira e também vive da agricultura familiar. Conta que este verão foi árduo quando, inclusive, precisou plantar capim para alimentar os animais que possui em sua pequena propriedade. "O lucro foi praticamente zero nesta temporada. Foi preciso colocar recipientes com água para os animais e, mesmo assim, a produção caiu pela metade: dos 20 litros que tirava normalmente por dia, estamos conseguindo apenas entre 8 a 10 litros diários", fala.
A falta de água trouxe ainda mais prejuízos com o aumento da conta de luz. Para manter o solo umedecido, Miranda liga a bomba duas vezes por dia. "Assim, o investimento é alto e o valor de venda cada vez menor. Esperamos que a situação mude com a chegada da época chuvosa", ressalta. FONTE: Jornal Agora/RS