Gilberto Scofield Jr. - Enviado especial do Globo
BALI - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, decidiu mobilizar a equipe de diplomatas brasileiros que participa da 13ª Conferência da Convenção de Mudança Climática das Nações Unidas. O objetivo é criar, a partir desta segunda-feira. um novo grupo de países composto, basicamente, de nações que têm importantes reservas florestais ou matas que possam ser exploradas economicamente, mais ou menos como fizeram as pequenas ilhas-Estado, as mais ameaçadas pelo aquecimento global.
Trata-se de uma reação ao pequeno apoio que tem até agora o país quando o tema é o uso da floresta como forma de captar dinheiro para projetos contra o desmatamento.
O Brasil defende que as florestas preservadas - o desmatamento evitado - não entrem no mercado de carbono. Por este instrumento, as florestas intactas viram créditos em carbonos que podem ser comprados pelos países ricos, os maiores geradores de gases do efeito estufa, para compensar suas emissões.
A sugestão do Brasil até agora é a criação de um fundo em que os países poriam dinheiro voluntariamente e este dinheiro serviria para financiar projetos de preservação. Num mundo dominado pela lógica do mercado, no entanto, os países ricos pressionam - com o apoio dos países emergentes, que precisam de recursos para preservação, como Indonésia ou Papua Nova Guiné - para que esta preservação vire um crédito que possa ser comprado.
- Não podemos concordar com a idéia de usar a floresta como moeda para deixar que os países ricos continuem po$o planeta - afirmou o ministro Celso Amorim. - Se os projetos não forem administrados com cuidado, corremos o risco de perder a floresta e de ainda darmos permissão para que os ricos continuem emitindo. FONTE: Globo Online ? RJ