17/10/2007 - 08h49
Safra não foi suficientre para moradores do campo no interior do estado.
Milhares de cestas básicas enviadas ao local estão paradas em armazém da Conab.
A seca no Ceará está devastando o sertão do estado e provocando fome entre os moradores da região. Em Aiauba, a 457 quilômetros de Fortaleza, nem o mandacaru, planta típica do semi-árido florou. Muitos reservatórios de água secaram. Na caatinga de 11,5 mil hectares, o cenário é de deserto.
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Sem chuva há seis meses, a situação é cada vez pior no sertão dos Inhamuns, no interior do Ceará. Os moradores dizem que já consumiram o pouco que colheram na roça. Milhares de cestas básicas enviadas para ajudar os moradores que perderam tudo com a seca estão paradas num armazém da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O agricultor Bartolomeu Cardoso e dona Antônia já não sabem mais como viver em meio à tanta dificuldade. "O pessoal da região só tirou feijão para comer e o que tem já está ficando pouco", diz ele.
O município está em situação de emergência desde julho. A prefeitura pediu ao governo cestas de alimentos para amenizar a fome da população, mas não foi buscar. Enviadas pelo governo federal, elas estão há um mês no depósito da C onab, na região metropolitana de Fortaleza.
Os alimentos foram enviados pelo Ministério da Integração Nacional para 14 municípios do Ceará que decretaram situação de emergência por causa da seca, entre eles Aiuaba. "Semana retrasada, semana passada, nenhuma prefeitura se prontificou a vir pegar as cestas e, com certeza, esses municípios estão precisando", afirma o gerente da Conab, José Demontiê da Silva.
"A gente só tem direito de receber esses alimentos se entregar, no ato do recebimento, a relação de beneficiários para a futura fiscalização. E essa relação não pode ser feita de uma hora para a outra, tem de ser feita com calma. A gente está usando o cadastro único para beneficiar as famílias mais carentes que constam no banco de dados do município", declara o prefeito de Aiuaba, Romilson Soares. FONTE: G1 Globo