O presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, anunciou a implementação de câmaras setoriais, a fim de identificar e encaminhar as melhores soluções para os problemas específicos das cadeias produtivas ligadas ao agronegócio no Estado. ´Na próxima semana, será a vez da Câmara Setorial do Leite´, adiantou, ontem, na reunião semanal do Pacto de Cooperação do Agronegócio do Ceará (Agropacto), ao ser questionado sobre as idéias do governo estadual para o desenvolvimento do setor. Segundo ele, embora as câmaras sejam criadas pela Adece, elas serão presididas pela iniciativa privada, tornando-se um espaço de interlocução e decisão. ´O agronegócio é prioridade na estrutura governamental e as câmaras serão importantes para isso´, afirmou.
Vetor de desenvolvimento
Para Balhmann, a maior oportunidade hoje para o setor no Ceará é o desenvolvimento da aqüicultura, atividade intensiva de mão-de-obra no processamento do pescado e ainda não distribuída espacialmente no Estado. ´Já temos um programa específico, lançado com o Sebrae, para transformar a aqüicultura em um vetor de desenvolvimento para o Ceará, aproveitando as comunidade que vivem próximas aos açudes´, disse. ´Para tanto, vamos contar com a iniciativa privada para garantir a transferência de tecnologia e o acesso aos mercados´, complementou. Durante o encontro, o presidente da Adece, traçou um panorama da infra-estrutura existente hoje no Estado e dos projetos em andamento para garantir o desenvolvimento não apenas do agronegócio, como também para a atração de investimentos privados a fim de alavancar o desenvolvimento do Ceará. A geração de energias alternativas, sobretudo eólica, deu a tônica da apresentação, destacando que até dezembro de 2008 serão implantados os projetos de energia eólica aprovados no ano passado e que vão gerar 500 MW de energia para o Estado.
´A preocupação da Adece é definir que caminhos o Ceará vai seguir paras e posicionar na geração de energia dentro dos padrões cada vez mais exigidos pelas comunidades internacionais´, avaliou.
Conforme disse, existe a necessidade de dar velocidade ao processo de geração de energia elétrica no Estado para garantir o suprimento do mercado cearense e conseqüentemente a criação de mais empregos e renda para a população. ´Não podemos esperar, qualquer que seja a fonte de energia, que ela se estabeleça. Devemos buscar sempre outras fontes complementares´, argumentou.
Mais duas térmicas
Citou ainda as usinas térmicas que estão para se instalar no Estado, que dentro dos próximos três anos, possibilitarão a geração de três gigawatts de energia; e a instalação da primeira planta comercial para a geração de energia solar do País, também aqui no Ceará, capaz de suprir o mercado com 20 MW de energia.
ENERGIA EÓLICA
Distribuição deverá contar com linhas suplementares
Para garantir a distribuição da energia eólica, inicialmente gerada ao longo do litoral cearense, o presidente da Adece, Antônio Balhmann, anunciou também que o governo estadual já está desenvolvendo estudos para a criação de linhas suplementares, dado que os parques eólicos em implantação estão distantes das linhas de transmissão atualmente existentes.
´A Secretaria de Infra-estrutura do Ceará (Seinfra) está estudando a implementação de uma linha de distribuição que vai ligar os parques eólicos do litoral à linha de distribuição de energia que passa por Sobral e ainda de uma outra que ligará este município até Camocim. Ainda este ano, deveremos licitar estas obras´, revelou. De acordo com ele, a criação destas linhas são projetos prioritários que beneficiarão os empreendedores.
Questionado sobre o custo da energia eólica, Antônio Balhmann afirmou que esta é, atualmente, uma visão equivocada com relação a este tipo de energia. ´Depois de um estudo feito pela associação Brasileira de Energia Eólica está é uma visão superada´, disse.
Na sua avaliação, a energia térmica se torna muito mais cara que a eólica, dado os grandes investimentos realizados na construção de termelétricas, que ficam paradas aguardando a necessidade de que entrem em ação . ´A implantação de parques eólicos é bem mais rápida e, quando estes entram em operação, temos geração de energia durante 24 horas. Isto só não acontece se faltar vento, o que no Ceará não é o caso´, brincou. FONTE: Diário do Nordeste ? CE