O evento é promovido pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em parceria com a Sociedade Rural do Paraná, Ministério da Agricultura e outros órgãos e entidades do setor produtivo.
A programação oficial do encontro tem início às 9 horas da manhã com a abertura das 10 estações técnicas e dos mini dias de campo na Via Rural (Fazendinha). Lá, os técnicos do setor apresentarão as novidades no manejo do cafezal e também farão demonstração de equipamentos voltados para a mecanização da atividade cafeeira. "A atividade faz parte do programa do governo que visa o incentivo da mecanização da cafeicultura nas unidades de agricultura familiar", explica engenheiro agrônomo e gerente regional do Emater Londrina, Ildefonso Haas.
O Encontro do Café continua à tarde, a partir das 13 horas, no Centro de Treinamento Milton Alcover, no Parque de Exposições Ney Braga, com uma série de palestras. Durante a abertura oficial do evento, será feito o lançamento do Concurso Café Qualidade Paraná 2008, que chega neste ano a sua sexta edição. "Este concurso serve para definir parâmetros para os cafeicultores buscarem mais qualidade do produto que colhem e desta maneira conseguirem novos mercados e melhores preços", afirma Haas.
O gerente do Emater observa que o mote do encontro neste ano, "Comprar e Consumir o nosso produto é a diferença", quer estimular o consumidor com base na garantia da qualidade do produto. "No ano passado, o café paranaense ficou com o primeiro lugar no concurso nacional promovido pela Abic entre os cafés naturais (secos naturalmente com casca)", comenta.
Após o lançamento do concurso, o presidente do Emater Paraná, Arnaldo Bandeira, apresenta a palestra "As Políticas Públicas para os Avanços da Cafeicultura Familiar do Paraná". Segundo Haas, o foco das políticas estão voltados para a agricultura familiar e também no incentivo da renovação do parque cafeeiro do Paraná. "Isso porque, cerca de 50% da área (aproximadamente 50 mil hectares) da área cultivada no Estado ainda é ocupada por cafezais plantados no sistema antigo", afirma.
Pelo sistema convencional, que tem maior espaçamento entre as plantas, a produtividade é de 18 sacas/há. Já no sistema adensado, a produtividade varia entre 25 e 30 sacas/ha, segundo o agrônomo. Ela afirma que com isso, a produção paranaense atinge 2,5 milhões de sacas de café beneficiado, para um consumo de 4 milhões de sacas por ano.
Um dos entraves para a ampliação do parque cafeeiro com uso de técnicas mais modernas está na dificuldade de mecanizar a pequena produção. O tema será debatido no painel "Mecanização na Cafeicultura Familiar Paranaense". Hass afirma que os pequenos produtores, que tem a produção familiar, têm dificuldades em conseguir mão-obra para ajudar na lavoura. "Os trabalhadores, e até mesmo alguns produtores, migraram para o trabalho na cana ou na laranja", comentou. Outro passo para promover a sustentabilidade segundo Hass, é incentivar a união entre os pequenos produtores para formação de consórcios que utilizam equipamentos de maneira integrada.
FONTE: Tribuna do Norte - Natal/RN - 09/04/08