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CACAU PERDE BILHÕES COM VASSOUR
Cacau perde bilhões com vassoura-de-bruxa
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11 de Fevereiro de 2008

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11/02/2008

Não foi com um sorriso no rosto, mas por força da circunstância, que José Vidal Silva, produtor de cacau até 1994, abandonou a cultura. Só como técnico da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) foram 15 anos da vida do produtor. A vassoura-de-bruxa, doença que abateu as lavouras do litoral sul da Bahia, maior pólo produtor da amêndoa no país, fez o cacau perder um produtor e o sul da Bahia ganhar um corretor de imóveis autônomo. "Trabalho mais na área urbana. No campo, é muito mais difícil. A última venda de fazenda de cacau que fiz foi dez anos atrás", afirma.

Os males provocados pelo fungo Moniliophtera perniciosa, causador da doença, são conhecidos. Estima-se que 250 mil pessoas tenham perdido seus empregos e que a dívida dos cacauicultores seja atualmente de R$ 800 milhões. E se a vassoura-de-bruxa não tivesse atacado as plantações brasileiras? Da safra 1994/95, quando a cultura passou a ser significativamente prejudicada pela doença, até a atual, a receita agrícola ("da porteira para dentro") do segmento - corrigida pelo salário mínimo, que representa 90% do custo de produção - foi de R$ 9,9 bilhões. Poderia ter superado R$ 20 bilhões. O cacau brasileiro perdeu estimados R$ 11 bilhões no período.

Os cálculos fazem parte de um estudo elaborado por Thomas Hartmann, produtor e um dos principais consultores do segmento cacaueiro do país. De 1994/95 à produção prevista para a safra atual, o volume será de 31,9 milhões de sacas. Sem o fungo, poderia atingir 73 milhões de sacas. A disparidade entre produção e receita efetivas no período e o que o país poderia ter obtido sem a doença é grande. Ainda assim, a simulação de um Brasil livre da vassoura-de-bruxa foi elaborada de forma conservadora, de acordo com Hartmann.

Nesse mesmo período, a produção mundial cresceu 28%. De acordo com a Organização Internacional do Cacau (ICCO), o mundo produzirá 3,8 milhões de toneladas na safra 2007/08 e o Brasil, 159 mil. A produção brasileira estava subindo desde a década de 1980 e é de se supor que teria prosseguido em curva ascendente, assim como ocorreu com o restante dos países produtores, segundo o consultor.

Não se considerou essa hipótese. Os cálculos partiram do pressuposto de que a produção mundial cresceria, como efetivamente ocorreu, mas que a brasileira ficaria estagnada nas 14 safras desde o ciclo 1994/95. "Atribui-se às perdas sofridas um valor mínimo que, na realidade, certamente foi bem superior", diz o estudo. Foram consideradas as variações climáticas registradas desde então.

Sem a vassoura-de-bruxa, o Brasil não teria - ao menos de maneira forçada, como ocorreu - tido que começar a importar cacau. Até o fim da safra 2007/08, as importações podem atingir 80 mil toneladas, um dos volumes mais elevados desde o início dos desembarques. "Foram importadas 59 mil toneladas até dezembro, mais ainda vai entrar mais cacau", afirma Hartmann. No ciclo passado, as importações somaram 72,6 mil toneladas.

A doença foi detectada nas plantações baianas em 1989, mas acredita-se que sua entrada tenha ocorrido há exatos 20 anos, em 1988. As estimativas de perdas apresentadas pelo estudo ficam ainda mais melancólicas se apresentadas ao lado do cenário atual da commodity. O preço da tonelada, próximo de US$ 2.400 na bolsa de Nova York, atingiu na semana passada o maior patamar em cinco anos. O clima neste ano está propício à cultura, com chuvas bem distribuídas e dentro da normalidade no sul baiano, ao contrário do que aconteceu no ciclo passado, quando as chuvas foram demasiadas.

Para os produtores, pesaria de forma favorável, ainda, o fato de políticos cacauicultores estarem nos governos estadual (caso do secretário da Agricultura da Bahia, Geraldo Simões) e federal (Geddel Vieira Lima, ministro da Integração Nacional). "'Nunca antes na história' o cacau teve um momento como esse, mas só o que temos conseguido é prorrogação de dívida", diz José Carlos Assis, que até 2007 presidiu a Associação de Apoio à Recuperação da Região Cacaueira (Comacau). A entidade está em fase de transição e, a partir de março, será substituída pela Associação dos Produtores de Cacau (APC).

"O cacau não pode ser visto mais apenas pelo lado do crédito. O crédito faz parte de um conjunto de ações, entre elas a ambiental. A cultura ajuda a preservar a Mata Atlântica", diz Wallace Setenta, presidente da Central Nacional de Produtores de Cacau (CNPC).

Assis, da Comacau, e José Vidal Silva, o cacauicultor transmutado em corretor imobiliário, foram sócios até 1994. O primeiro, com 40 anos de dedicação à cultura, não tem a utopia de ver a opulência do cacau pré-vassoura, mas não abandona a causa. "O cacau é uma cultura fantástica. Tem uma liquidez incrível", diz. Concentrado na negociação de imóveis na área urbana de Itabuna e Ilhéus, Silva não tem planos de voltar ao ramo. Vendeu a última fazenda de cacau de um cliente em 1998. Uma fazenda dele próprio, de 68 hectares, permanece sem comprador. FONTE: Valor Econômico ? SP



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