O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou ontem estar "muito preocupado" com os altos preços dos alimentos, mas disse que o avanço do álcool não é a principal razão para os aumentos.
Segundo Bush, o combustível (que nos EUA é feito à base de milho) é responsável por 15% da expansão dos preços desde 2002 - o restante o mandatário atribuiu às condições climáticas, ao aumento da demanda e aos preços de energia.
Os biocombustíveis vêm sendo apontados por várias organizações internacionais como um dos principais fatores para o crescente avanço nos preços dos alimentos, retirando parte do campo que seria utilizado na produção de comida para investimentos em álcool.
Bush criticou ainda a Lei Agrícola discutida pelo Congresso dos EUA e que deve reduzir marginalmente o subsídio dado ao álcool de milho - além de manter a tarifa para o produto brasileiro.
- Ela fracassa em eliminar os subsídios dados aos fazendeiros multimilionários. A economia agrícola está prosperando, o valor da terra cultivada está subindo rapidamente e este é o momento ideal para reformar as políticas do setor, reduzindo os subsídios desnecessários.
O presidente falou ainda que os altos preços da gasolina - motivados pelo aumento na cotação do petróleo nos últimos meses - devem acelerar ainda mais os investimentos para tornar o álcool uma alternativa mais viável economicamente.
- A verdade é que é de interesse nacional que os nossos fazendeiros cultivem energia, em vez de comprarmos energia de regiões do mundo que são instáveis ou que não gostam da gente.
Boa parte dos países integrantes da Opep (responsável por cerca de 40% da produção mundial) está concentrada no Oriente Médio. O aumento da gasolina é uma das principais preocupações dos consumidores americanos e seu impacto na economia é grande.
FONTE: Jornal do Brasil - 30/04/08