A Brasil Ecodiesel pretende fechar ainda neste ano seu primeiro contrato de exportação de biodiesel. Com o projetado aumento da demanda européia por biocombustíveis, o foco será dado a contratos com a Europa. Hoje, a empresa exporta apenas glicerina. O biodiesel é todo voltado ao mercado interno.
Em teleconferência de apresentação dos resultados do primeiro trimestre, o diretor executivo e de relações com investidores da companhia, Ricardo Vianna, disse ainda ser cedo para estimar o peso que as exportações terão na receita da Brasil Ecodiesel. Ainda assim, afirmou ser possível fazer as vendas externas serem responsáveis por uma fatia entre 20% e 40% dos negócios. "Mas é difícil que chegue a 40%", afirmou Vianna.
A partir de 2010, a Europa adotará a mistura de 5,75% de biocombustíveis nos combustíveis tradicionais. Atualmente, afirma Vianna, a demanda da União Européia por biodiesel é dez vezes maior que a brasileira. No Brasil, a mistura obrigatória de biodiesel no diesel convencional, que é hoje de 2%, passará a ser de 3% a partir de 1º de julho. Com isso, a demanda no mercado interno passará de cerca de 800 milhões de litros para 1,3 bilhão de litros anuais.
O foco nas exportações ainda não ganhou força na estratégia da companhia, entre outros motivos por causa dos preços ainda pouco atrativos praticados no exterior. "Hoje, o preço no mercado externo está muito em linha com o praticado nos leilões daqui", observou Vianna. Nas duas rodadas do leilão de compra mais recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado em abril passado, o preço médio foi de R$ 2,74 e R$ 2,68, respectivamente, com deságio médio de 2,15% na primeira rodada e de -4,24% na segunda.
O encarecimento das matérias-primas foi creditado pela empresa como um dos principais responsáveis pelo aumento do prejuízo. De janeiro a março, o prejuízo líquido da Brasil Ecodiesel foi de R$ 14,9 milhões. No mesmo período do ano passado, havia sido de R$ 526 mil. A receita líquida foi de R$ 167,2 milhões no primeiro trimestre, montante 246,3% superior ao do mesmo período de 2007.
Com o registro de aumento do prejuízo, voltaram a ganhar força os rumores de uma eventual compra da Brasil Ecodiesel pela Petrobras. Sobre o tema, o diretor Ricardo Vianna disse que não comentaria rumores de mercado. FONTE: Valor Econômico - 15/05/2008