Os preços futuros dos grãos fecharam com forte elevação ontem nas bolsas americanas, puxados pela boa demanda internacional. As cotações do trigo bateram o limite de alta tanto em Chicago como em Kansas. A soja encerrou o pregão com novo recorde.
Em Chicago, os contratos de trigo para maio encerraram o pregão a US$ 11,2450 o bushel, aumento de 60 centavos. Em Kansas, os contratos do cereal para maio encerraram a US$ 11,75 o bushel, elevação de 60 centavos. Para soja, os contratos de maio foram negociados a US$ 14,6925 o bushel, alta de 31 centavos. De carona, os preços do milho também subiram. Em Chicago, os contratos do grão para maio fecharam a US$ 5,47 o bushel, alta de 12 centavos.
Segundo Vinícius Ito, da Newedge corretora, sediada em Nova York, restrições de exportação por parte de importantes países produtores impulsionaram os preços do trigo. Analistas de mercado também afirmam que a Rússia e a Argentina também devem fazer o mesmo. Não seria a primeira vez que o governo argentino toma essa medida para conter o aumento dos preços. "Havia rumores de que o governo do Cazaquistão teria sinalizado restringir os embarques de trigo para conter a inflação também", disse Ito.
Os fundamentos para a soja continuam sustentados na maior demanda global por alimentos, para rações animais e biocombustíveis. A expectativa é de que a demanda global por grãos supere a produção este ano. "Hoje os estoques de grãos nos Estados Unidos são praticamente virtuais", afirmou Ito. A expectativa é de esses estoques só voltem a crescer em 2009. A China, maior importador mundial de soja, voltou a comprar no mercado brasileiro e de outros mercados.
De acordo com Ito, há notícias de que as chuvas que ocorreram na região Centro-Oeste e Norte do país podem atrasar a colheita em andamento no país. "Analistas acreditam até em perdas de produção", disse o analista. FONTE: Valor Econômico ? SP