O Banco do Nordeste (BNB) decidiu baixar suas taxas de financiamento e de empréstimos e concedeu uma redução mais acentuada para as grandes empresas. Para o setor rural, os juros cobrados das empresas com um faturamento anual acima de R$ 1,4 bilhão, consideradas grandes, passou de 9% para 8,5%. Para as companhias dos demais setores, a queda foi ainda maior: de 11,5% para 10%.
A decisão visa tornar os empréstimos do BNB mais atrativos. "Com a queda da TJLP, os valores cobrados pelo BNB já não estavam mais vantajosos", diz Nilo Meira Filho, superintendente do banco na Bahia. Em janeiro de 2007, o banco já havia reduzido suas taxas de juros.
No ano passado, o BNB realizou empréstimos e financiamentos no valor de R$ 7,5 bilhões, um incremento de 2,7% em relação a 2006. O crescimento não foi tão robusto porque a demanda do setor de infra-estrutura arrefeceu em 2007. "Em 2006 tivemos um boom de investimentos neste setor, então era natural uma alta menor agora", avalia o superintendente.
Na Bahia, contudo, o volume total das operações de crédito (curto e longo prazo) caiu 5%, passando de R$ 1,9 bilhão para R$ 1,82 bilhão. A principal razão para isso foi o recuo da demanda por parte da agricultura familiar. Como boa parte dos agricultores estavam endividados, houve um programa de renegociação de dívidas e eles acabaram reduzindo o volume de empréstimos.
Para 2008, porém, Meira Filho espera a reversão desse quadro. "Os que renegociaram dívidas poderão contrair novos empréstimos. E, com juros menores, acreditamos que iremos emprestar mais", diz.
Atualmente, a TJLP está em 6,25%. Só para as míni e microempresas do setor rural é que o BNB consegue praticar uma taxa abaixo dessa, de 5%. Depois disso, o juro já passa para 6,75%, cobrado das microempresas dos demais setores: indústria, comércio, serviços, turismo. A exceção são os empreendimentos no semi-árido. Para esses, há um bônus e os juros cobrados são de 3,75% ao ano para míni e microempresas do setor rural e o teto é de 6,4%, praticados para as grandes companhias.
Para 2008, Meira Filho espera que o montante de crédito destinado à região Nordeste chegue a R$ 8 bilhões, o que indicaria uma alta de 6,7% sobre o valor desembolsado no ano passado.
Além do incentivo dos juros mais baixos, o BNB contará com mais cinco agências que poderão aproximar mais o setor produtivo do banco.
Atualmente, os empreendimentos rurais são os que mais procuram o BNB: 55% do volume de crédito e financiamento vão para esse setor de atividade. Em segundo lugar ficam comércio, serviço e turismo, que, juntos, respondem por 20% dos valores concedidos pelo banco.
O lucro da entidade também deve seguir em alta. Em 2007, houve um incremento nominal da ordem de 8,4% do lucro líquido do BNB, que chegou a R$ 219,7 milhões, contra R$ 202,7 milhões do ano anterior.
Isso significa que a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio do ano ficou em 14,1%. Hoje a carteira de crédito administrada pelo banco é de R$ 23 bilhões. FONTE: Valor Econômico ? SP