Com o objetivo de inserir novas culturas na produção do biodiesel, foi firmada uma parceria entre Embrapa, Iapar, Emater e Coopavel e os resultados parciais estão sendo apresentados na 20ª edição do Show Rural Coopavel, que ocorre até sexta-feira no Parque Tecnológico da cooperativa, em Cascavel. O setor foi impulsionado depois de publicada a lei que obrigada a adição de 2% de biodiesel no diesel.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Coopavel Leandro Rudolf Belter, a parceria foi firmada ano passado e estão sendo estudadas novas culturas, como girassol, mamona, pinhão-manso, tunge, cártamo e gergelim para que haja um resultado preciso sobre a adaptação delas no Paraná, nas mais diversas regiões, climas e solos. O trabalho visa viabilizar a abertura de mercado para o biodiesel no Estado.
Segundo ele, se existe o biodiesel no Paraná - que é feito com óleo vegetal - é com soja e o produtor ganha mais na venda do produto para a transformação de óleo do que para o biodiesel. "Queremos ter um estudo mais preciso da adaptação dessas culturas, para que o produtor tenha possibilidade de plantar, por exemplo, durante o inverno, tendo um retorno financeiro e aproveitando o solo com a rotação de cultura, viabilizando as áreas ociosas", explicou.
Leandro lembrou que os estudos ainda estão se desenvolvendo e região oeste não existe uma cultura certa de retorno. Para demonstrar toda a cadeia de produção do produto foi montada pela FAG (Faculdade Assis Gurgacz) uma maquete de usina no espaço destinado ao biodiesel. "Dessa forma os produtores e visitantes do Show Rural podem ter uma noção melhor do sistema como um todo", falou. A parceria também desenvolve pesquisas voltadas ao setor de agroenergia.
EMBRAPA
De Campina Grande, na Paraíba, Gleidson Dionísio Cardoso, funcionário da Embrapa, veio para trocar informações sobre o biodiesel e falar sobre sua produção. A Embrapa também desenvolve pesquisas na área e, de acordo com ele, está trabalhando nas diversas opções de processo. "O que podemos adiantar é que a mamona tem um ciclo de 120 dias, bem menor do que outras culturas". Para testar, a empresa faz testes em áreas de produção industrial.
Ele reforçou que a Embrapa está realizando testes com o algodão e o amendoim, novidades que estão sendo explanadas durante a feira, assim como a canola. "São anos de estudo, principalmente porque cada região tem sua particularidade e a adaptação das culturas é o principal ponto", disse. FONTE: Jornal Hoje ? SC