Miguel Portela, CASCAVEL
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem à noite, em Cascavel, no oeste do Paraná, que os militantes do PT e os movimentos sociais devem continuar denunciando as ameaças de ruralistas e a formação de milícias armadas no campo.
"Essas coisas não podem estar acontecendo porque pode morrer mais gente. O negócio é denunciar e colocar essas facções em seu devido lugar", declarou Bernardo, referindo-se aos produtores rurais.
A declaração do ministro aconteceu durante um encontro com militantes petistas na Câmara de Vereadores de Cascavel. À vontade, Paulo Bernardo falou para uma platéia de aproximadamente 100 militantes, que durante uma hora e meia questionaram o ministro sobre vários assuntos.
O confronto na fazenda da multinacional Syngenta, dia 21 de outubro, em Cascavel, que culminou com a morte de um sem-terra e um segurança, estimulou os militantes do partido a cobrarem uma posição do ministro e proteção aos movimentos sociais.
"Acho que o governo do Paraná já está fazendo isso", disse o ministro, referindo-se às investigações da Polícia Civil sobre a formação de supostas milícias armadas para executar por conta própria as reintegrações de posse no Estado. Bernardo se comprometeu a conversar sobre o assunto com o ministro da Justiça, Tarso Genro.
A Sociedade Rural do Oeste (SRO), que é acusada de fomentar a violência no campo, considerou "infelizes" as declarações do ministro.
SUCESSÃO
Paulo Bernardo também falou sobre a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.
"Ainda é cedo para discutir as eleições de 2010, mas se o presidente Lula mantiver a atual popularidade fará o sucessor", disse.
Ele afirmou estar convicto de que o PT chegará bem articulado em 2010 e conseguirá eleger o sucessor do presidente da República.
E desdenhou a oposição. "Eu acho que eles (a oposição) vão ficar na chuva mais um pouco, o que é bom para eles treinarem a fazer oposição", declarou.
Paulo Bernardo participou de vários encontros em Cascavel e Toledo, também no Paraná, para divulgar o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) a empresários e lideranças políticas. FONTE: Estado de São Paulo ? SP