As mulheres trabalhadoras rurais vêm construindo uma longa trajetória de resistência e lutas que remontam ao Brasil Colônia. No MSTTR, a partir da década de 80, as mulheres conquistaram visibilidade ao construírem articulações e organização próprias, com uma ampla agenda política voltada para a superação das discriminações e desigualdades, para a afirmação de sua identidade de trabalhadora rural, para os direitos sociais e pleno exercício de sua cidadania. A partir de então, as trabalhadoras rurais do movimento sindical do campo abraçaram o desafio de articular sua agenda específica com as lutas gerais, a exemplo da luta pela reforma agrária, acesso das mulheres à propriedade da terra, e luta pelos direitos sociais e previdência social.
Em sua trajetória sindical, as mulheres trabalhadoras ampliaram e fortaleceram as estratégias e formas organizativas e transformaram o perfil do sindicalismo rural brasileiro.
A CONTAG também vê como um grande desafio o trabalho político organizativo com as mulheres assalariadas rurais, que sofrem com a dupla jornada de trabalho e diversas formas de discriminação e violência aprofundadas por seu baixo nível organizativo. Nesse sentido, busca-se dar visibilidade às condições das assalariadas e traçar com elas uma estratégia organizativa para que possam efetivamente conquistar vida digna, cidadania, políticas públicas e o cumprimento dos direitos trabalhistas e sociais.
No geral, a CONTAG luta para fortalecer e ampliar a organização, mobilização e formação sindical e feminista das mulheres trabalhadoras rurais; contribuir para a democratização das relações no MSTTR, com a superação das desigualdades de gênero; atuar para que as mulheres do campo e da floresta sejam protagonistas de um novo processo de desenvolvimento rural voltado para a sustentabilidade da vida humana e do meio ambiente; dar visibilidade e reconhecimento à contribuição econômica, política, social das mulheres no processo de desenvolvimento rural; além de denunciar e protestar contra a fome, a pobreza e todas as formas de violência, exploração, discriminação e dominação e avançar na construção da igualdade para as mulheres; e propor e negociar políticas públicas para as mulheres do campo e da floresta.