Dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), obtidos via Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), registram que o mês de março de 2021 teve 810 km² de floresta desmatados na Amazônia. Um aumento de 216% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Foto: Greenpeace Brasil
O desmatamento da Amazônia registrado pelo Imazon também é o maior para o mês da série histórica feita pelo Instituto desde 2011, sendo os estados com maiores áreas devastadas: o Pará (35% de área), o Mato Grosso (25%), Amazonas (12%) e Rondônia (11%).
Nós, enquanto Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) temos clareza de que o processo de desmatamento é consequência de uma decisão articulada entre o governo federal e grandes grupos econômicos internacionais e nacionais, de mineradoras e do agronegócio, que promovem ações predatórias na floresta Amazônica. Essa política ambiental do governo federal esvaziou e sucateou todos os órgãos e instituições que têm o papel de monitoramento e fiscalização ambiental, alerta o secretário de formação e organização sindical da CONTAG, Carlo Augusto Silva (Guto).
Foto: Greenpeace Brasil
Como consequência do crescimento de áreas desmatadas cresce também o número de queimadas na Amazônia. Em 2020 foram mais de 103 mil focos de incêndio, 15% a mais do que em 2019.
Foto: Greenpeace Brasil
Se por um lado o governo federal e "'grande"' grupos econômicos atendendo aos interesses do capital derrubam a floresta, do outro lado, comunidades tradicionais (agricultores(as) familiares, indígenas, quilombolas, ribeirinhos(as), pescadores(as) artesanais, e outras) são as principais barreiras para impedir o avanço do desmatamento e das queimadas na Amazônia.
Extração da castanha do Pará - Foto: ilustrativa
Através dos seus modos de vida, além de preservar o meio ambiente, essas comunidades coíbem o ciclo dos grandes grupos econômicos internacionais e nacionais que diariamente tentam transformar a maior floresta tropical do mundo em pastos e lama de rejeitos de minérios, compartilha a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Malheiros.
Preocupada com a proteção da Amazônia e dos povos tradicionais que a guardam, a CONTAG participa de várias ações na região e no Brasil, a exemplo da Campanha a Vida Por um Fio! Composta por várias entidades, a Campanha atua na proteção de lideranças e comunidades ameaçadas pela sua atuação e militância na defesa dos Direitos Humanos, da Mãe-Natureza e de seus territórios cobiçados na Amazônia.
É necessário a gente intensificar mais ainda a Campanha: A Vida Por um Fio, pois tem papel fundamental para garantir voz, vez e visibilidade para aqueles(as) que têm uma atuação e dedicação em defesa das questões ambientais e dos povos do campo, da floresta e das águas, pontua Carlos Augusto Silva (Guto).
A secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Malheiros, diz que além do Sistema CONTAG (Sindicatos, Federações e CONTAG) seguir na luta contra a violência no campo e a política ambiental desastrosa do governo federal, é preciso que: a sociedade como um todo repense a questão ambiental como uma agenda prioritária, pois a superexploração dos recursos naturais comprometerá a sobrevivência do Planeta Terra, gerada pelo aumento da fome, pela escassez de água potável, a eclosão de novas Pandemias, só para citar algumas das consequências causadas pelo desequilíbrio ambiental .
FONTE: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes