3 de dezembro é o Dia Internacional de Luta contra os Agrotóxicos. Para marcar a data, foi realizado um ato pelos movimentos sociais durante a solenidade de abertura do Encontro Nacional de Saúde das Populações do Campo, da Floresta e das Águas, atividade que compôs a programação da 15ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que aconteceu na Tenda Paulo Freire, em frente ao Centro de Convenções Ullysses Guimarães, em Brasília.
Este ato mostrou os impactos da presença dos agrotóxicos nos alimentos e no manuseio do veneno pelas trabalhadoras rurais. Deu-se destaque para a dor das mães que hoje não tem opção até no momento da amamentação, pois foram encontrados resíduos de agrotóxico até no leite materno.
Neste mesmo ato, o ministro da Saúde, Marcelo Castro assinou a portaria em resposta à pauta da Marcha das Margaridas criando um grupo de trabalho que fará o detalhamento das ações da Mobilização Nacional pela ampliação do acesso das mulheres rurais à saúde, fortalecendo as ações da Política Nacional de Saúde da Mulher no meio rural.
A secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Alessandra Lunas, estava presente no ato e comemorou mais uma conquista da Marcha das Margaridas. No entanto, a dirigente aproveitou o momento para cobrar o lançamento do Plano Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos (Pronara).
SOBRE A DATA O dia 3 de dezembro é lembrado no mundo inteiro como o Dia Internacional de Luta contra os Agrotóxicos. A data se refere à tragédia de Bhopal, na Índia, quando uma fábrica de agrotóxicos explodiu em 1984, matando cerca de 20 mil pessoas, e deixando centenas de milhares feridas e com sequelas.
No Brasil, há pouco o que se comemorar. Elaborado em agosto de 2014 e programado para ser apresentado no início de novembro, o governo federal adiou por tempo indeterminado o lançamento do Programa Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos (Pronara), a pedido do Ministério da Agricultura, comandado por Kátia Abreu. A líder ruralista afirmou recentemente que o programa "seria a sentença de morte da agricultura brasileira", apesar de este ter sido elaborado com a participação do seu antecessor na pasta. Além disso, a bancada ruralista avança com seu mais ambicioso projeto até hoje: o Projeto de Lei 3200/2015, que revoga a atual Lei de Agrotóxicos, e cria um marco regulatório que facilita o registro e estimula ainda mais o consumo de agrotóxicos.
Diante deste cenário, centenas de entidades vinculadas à Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida realizaram atividades nesta quinta-feira, dia 3 de dezembro, como esta que aconteceu durante programação da 15ª CNS. A campanha tem o objetivo de “sensibilizar a população brasileira para os riscos que os agrotóxicos representam e anunciar um novo modelo de produção de alimentos baseado na agroecologia”.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi