17/01/2008
A produção global de café na safra 2008/09 vai crescer. Apesar da maior oferta, os preços devem se manter firmes, uma vez que o consumo também tende a aumentar. Levantamento da Organização Internacional do Café (OIC) mostra que a oferta mundial ficará entre 123 milhões e 126 milhões de sacas, alta média de 8,6% sobre o ciclo anterior. O consumo deverá alcançar 125 milhões de sacas, aumento de 1,6% sobre 2006/07.
No Brasil, produção para esta safra está estimada entre 41,3 milhões e 44,2 milhões de sacas, segundo levantamento conjunto da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O crescimento de ficar entre 22,4% e 30,9% sobre 2007/08.
Apesar da maior oferta nacional, os produtores estão otimistas em relação a 2008. O Conselho Nacional do Café (CNC) prevê que os preços tendem a permanecer firmes no mercado internacional. Apesar disso, o setor pede a manutenção de políticas de comercialização, como o Pepro, para garantir renda mínima ao produtor. Ontem, os contratos para maio fecharam a US$ 1,3760 a libra-peso, em Nova York, queda de 195 pontos. Em 12 meses, a alta é de 10,2%.
Jacqueline Bierhals, consultora de commodities da AgraFNP, observa que a demanda por café está mais firme no mercado global. A rentabilidade do café robusta continuará melhor que a do arábica. "Proporcionalmente, a oferta de robusta é menor que a do arábica."
Segundo Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), o café robusta foi um bom negócio para o cafeicultor em 2007. "Os produtores de robusta tiveram uma boa rentabilidade. O mesmo não ocorreu com os de arábica."
Dados da AgraFNP mostram que os custos médios de produção do arábica por saca em São Paulo ficaram em R$ 201, enquanto o de robusta, em R$ 110. "O uso de insumos no robusta é bem menor", disse Jacqueline. (MS) FONTE: Valor Econômico ? SP