SAFRAS (08) - A fila que já se formou de produtores interessados na compra de tratores pelo programa Trator Solidário no Paraná ultrapassou a meta prevista para os quatro anos de programa. A meta fixada de 2007 a 2010, quando se encerra o programa, era atender uma demanda para 4.
000 tratores. Até agora, já foram apresentadas 5.740 propostas entre projetos em elaboração no Instituto Emater de Extensão Rural (Emater) e os que estão em análise na Agência de Fomento do governo do Paraná e no Banco do Brasil.
A informação é do secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, que prestou contas sobre os programas Trator Solidário, Irrigação Noturna e Leite das Crianças, durante a Escola de Governo desta terça-feira (06), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Para o governador Roberto Requião, é fundamental que a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Emater, e Senar-PR possam garantir cursos para tratoristas, com o objetivo de dar sustentabilidade ao programa Trator Solidário. Requião orientou para que o programa não seja acelerado demais. "Nesse ritmo está bom. Se a gente correr muito com o programa não teremos como aferir sua eficiência", disse o governador. "Seria uma farta distribuição de tratores sem avaliação sobre sua eficiência na propriedade", emendou. A demanda surpreendente surgiu após a tomada de preços realizada em agosto pelo governo do Paraná para garantir menores preços dos equipamentos aos produtores. Com a tomada de preços foi possível reduzir o preço dos tratores em 34% para os tratores de 75 CV de potência e em 24% para os tratores com 55CV.
Tamanho interesse está repercutindo no aumento dos empregos na indústria, revelou Bianchini. Segundo ele, a Case New Holland, empresa vencedora da tomada de preços, teve de aumentar rapidamente 150 novos postos de trabalho para adequar a linha de montagem à demanda. A empresa calcula que outros 300 postos de trabalho diretos estão sendo criados ao longo da cadeia produtiva, entre concessionárias, revendedoras e oficinas. A estimativa da empresa é triplicar a capacidade na linha de montagem dos tratores de 75 CV, que são os mais procurados em virtude do preço mais atrativo. Esse equipamento está saindo por R$ 47.250,00 e o trator de 55 CV pode ser comprado por R$ 40.100,00. O programa foi lançado em Londrina no inicio de setembro e esta semana começaram a ser entregues as primeiras máquinas. Desde o último dia 1 já foram entregues sete tratores e já estão faturadas mais 30 máquinas que serão entregues ainda esta semana. Outros 463 projetos já aprovados nas instituições financeiras serão entregues até o final do mês, totalizando 500 tratores entregues até o final de novembro, disse Bianchini. Segundo o secretário, a empresa está adequando sua linha de montagem ao crescimento rápido da demanda e prevê entregar uma média de 200 tratores de 75 CV por mês e mais 50 tratores de 55 CV por mês a partir de janeiro do ano que vem. "Vamos entregar no primeiro ano de programa 2.500 tratores ao invés dos 1.000 que estavam programados", salientou.
Valter Bianchini apresentou ainda a situação atual do programa, dos projetos apresentados e as metas fixadas para entrega dos equipamentos até o final deste ano. Já existem 1.774 projetos para compra de tratores aprovados, sendo que desse total 564 estão prontos na Emater, 1.107 estão aprovados no Banco do Brasil e outros 103 encontram-se aprovados e sendo faturados na Agência de Fomento. Ainda referente ao total de projetos aprovados, 1.493 correspondem a propostas aprovadas para compra de tratores de 75CV, 246 propostas em elaboração para compra de tratores com 55CV e 35 projetos para compra de tratores com 55 CV já aprovados. Até o final desse ano deverão ser entregues mais 500 unidades, sendo 150 de tratores de 75 CV e 350 tratores de 55 CV. Além da vantagem do preço mais barato em relação ao mercado, os agricultores familiares podem financiar a compra do equipamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com a garantia da equivalência-produto, cuja moeda de conversão é o milho ao preço mínimo de garantia divulgado pela Conab e Ministério da Agricultura. Quando o preço do milho cai abaixo do mínimo no mercado, o Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE) da Agência de Fomento do Governo do Estado entra para equalizar a diferença para a instituição financeira, sem ônus para o agricultor. Dessa forma, ele terá uma prestação estável no valor do preço mínimo do milho fixado no momento da compra desde o início até o fim do contrato. As informações são da Agência Estadual de Notícias do Governo do Paraná. (AB) FONTE: Último Segundo