13/11 - 08:15 - Agência Safras
SAFRAS (13) - A Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, presidida pelo deputado Adolfo Brito (PP), debateu, na tarde desta segunda-feira (12), a otimização do uso e da administração do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). A reunião fez parte dos trabalhos da Subcomissão que trata do assunto, relatada pelo deputado Giovani Cherini (PDT).
"Temos, nesta sala, 80% do agronegócio do Rio Grande do Sul, o que demonstra a importância desta reunião", resumiu o deputado. "Começamos este trabalho pensando em um planejamento estratégico. Para nós, é importante que o funcionamento do parque seja bom para as entidades e para o Estado", completou o relator. Cherini queixou-se do fato de ainda não ter conseguido acessar os números da última edição da Expointer, realizada neste ano.
Ele apresentou os dados já levantados pela Subcomissão. Conforme o deputado, o parque tem 141 hectares de extensão e são aproveitados apenas 81.
Ele explicou que foram enviados questionários a 67 entidades parceiras do Estado na organização da Expointer e na administração do parque em que foram perguntadas as opiniões sobre a possível privatização da Expointer, rejeitada por 60% daqueles que responderam o material. "Uma das inovações que trazemos seria a formação de um condomínio para divisão das despesas", sugere. Entre outras propostas que existem para o espaço estão as de construção de um parque temático e de um hotel de luxo. "Vamos fazer um raio- X do Parque Assis Brasil e da Expointer", resumiu Cherini.
O secretário adjunto da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Gilmar Tietbohladjunto Tietbohl lembrou que a Expointer foi deficitária em 2006. Ele explicou que ainda não dispõe dos números de 2007. "Não temos a intenção de esconder essas informações, o que seria um absurdo, por se tratar de dinheiro público", falou. A demora, segundo ele, é devido a lentidão dos depósitos de recursos de parte dos patrocinadores. "Tudo o que foi dito aqui, está na linha da nossa visão na Secretaria: nunca cogitamos a privatização do parque e da feira", fez questão de esclarecer. "Estamos estudando uma organização maior da parceria público-privado", acrescentou Tietbohl. "Hoje pudemos saber o que pensam as entidades sobre o tema", avaliou Brito. "Assim que tivermos o relatório da Subcomissão que trata do assunto, que deverá chegar nas próximas semanas à Comissão, levaremos as opiniões ao secretário da Agricultura", adiantou. "Não temos dúvidas de que a Expointer continuará crescendo, mas é necessário pensarmos o parque de forma mais organizada, com planejamento", ressaltou Gilmar Rinaldi, vice-prefeito de Esteio. O presidente da Associação de Criadores de Gado Holandês (Gadolando), José Ernesto Ferreira, salientou que o Parque Assis Brasil não é apenas a Expointer, lembrando eventos paralelos como a Expoleite e a Fenasul, realizados também no local: "Nossa preocupação não é a utilização, mas os recursos financeiros para administrar o parque". O agronegócio é responsável por 40% do Produto Interno Bruto gaúcho, disse Ferreira. "Nossa vitrine é a Expointer e o governo do Estado, quer queira ou não, tem de arcar com esse custo", afirmou. "Somos contra a privatização.
Entregar um patrimônio como o Parque Assis Brasil para o capital estrangeiro seria um saque na agricultura do Rio Grande do Sul". Já Francisco Schardong, diretor administrativo da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), afirmou ser incoerente falar em projeto para o parque sem saber a opinião do governo do Estado. "Privatizar o parque ou privatizar a Expointer? É preciso esclarecer o que se quer privatizar. São coisas diferentes", completou. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), representada pelo presidente Elton Weber, mostrou-se contrária à privatização do parque: "Também considero importante ouvirmos a opinião do governo do Estado e sabermos qual é a real necessidade de investimentos no parque para que possamos realizar outros eventos". Claudio Bier, presidente do Sindicato de Máquinas e Equipamentos Agrícolas (Simers), lembrou o investimento feito no parque pela entidade, que possibilitou uma melhoria no espaço destinado às empresas de máquinas e equipamentos. "A privatização é perigosa", alertou. "Qualquer projeto relacionado a Expointer deverá ouvir os parceiros". O deputado Rossano Gonçalves (PDT) trouxe a questão de que o parque tem um custo fixo e que a maior parte dos investimentos é feito pelos parceiros: "Estamos possibilitando a todos que possam expressar suas opiniões, o que está sendo extremamente produtivo". Entre presentes ao encontro representantes de entidades ligadas ao agronegócio.Também participou da audiência o deputado Elvino Bohn Gass (PT). Com informações da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. (AB) FONTE: Último Segundo