Español   /   English   /   中国人   /   Français   /   Deutsch Arrecadação  /   SisCONTAG  /   Guias  /   Webmail  /   Eventos  /   Todos os sistemas  /   Login
               
 
 
ARTIGO
Agricultura familiar emprega mais de 10 milhões de pessoas no Brasil
WhatsApp

14 de Janeiro de 2022


Comunicação CONTAG - César Ramos
TEMAS RELACIONADOS:
artigo

O Brasil é reconhecido por extensas lavouras de soja e fazendas de gado bovino. Essa agricultura não corresponde à realidade brasileira: a maioria dos estabelecimentos rurais é formada por agricultores familiares.

Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE, a agricultura familiar do Brasil abrange 3.897.408 estabelecimentos rurais. São 77% dos estabelecimentos agrícolas do país, ocupando mais de 10 milhões de pessoas (67% do total recenseado), responsáveis por parcela expressiva da oferta dos alimentos básicos da mesa dos brasileiros.

Agricultores familiares respondem por 11% da produção de arroz, 42% do feijão preto, 70% da mandioca, 71% do pimentão e 45% do tomate. Na pecuária, produzem 64% do leite de vaca do país e concentram 31% do rebanho bovino nacional, 51% dos suínos e 46% das galinhas.

A agricultura familiar brasileira é heterogênea: de agricultores mais capitalizados até um imenso contingente de pequenos produtores com rendas agrícolas insuficientes. Uma parcela vive em situação de vulnerabilidade e enfrenta múltiplas carências de ativos produtivos. A maior parte deste estrato está no semiárido do Nordeste. Na região Sul, os agricultores familiares produzem commodities, como soja e milho, além de se integrar às grandes empresas de proteína animal, que exportam carne de frango e de porco.

Historicamente, a agricultura familiar foi desprezada no Brasil, embora responsável pela produção e abastecimento dos mercados locais e regionais com banha de porco, leite, feijão, arroz, mandioca, e outros alimentos. O reconhecimento de seu papel para segurança alimentar e a geração de divisas econômicas é recente, a partir de meados dos anos 1990, quando o Estado passou a ter políticas de apoio e fortalecimento do setor. Ações empreendidas até 2015 fortaleceram os agricultores e estes contribuíram para o Brasil sair do Mapa da Fome (2013/2014) e atingir as Metas do Milênio da ONU.

Entretanto, desde 2016, nota-se um “desmantelamento” das políticas públicas de apoio à agricultura familiar e de desenvolvimento rural: extinção de órgãos administrativos, cortes orçamentários, descontinuidade das ações, e outros retrocessos.

A situação se agravou em 2020 com a crise da COVID-19. Segundo o professor Mauro DelGrossi, da UNB, 51% dos agricultores familiares tiveram quedas nas suas rendas, afetando indicadores de segurança alimentar e reduzindo seu papel na oferta interna de produtos.

Caso a agricultura familiar tivesse apoio, a carestia dos alimentos seria atenuada. Juntamente com políticas de sustentação da renda, as compras públicas de alimentos da agricultura familiar para cestas básicas e restaurantes populares poderiam atenuar a fome dos brasileiros.

Medidas emergenciais propostas para apoiar a agricultura familiar durante a pandemia foram desprezadas. Os Projetos de Lei 735/2020 e 823/2021, que previam ações emergenciais e de médio prazo para proteger o segmento sofreram sucessivos vetos presidenciais, sem reação contundente do Congresso Nacional

O Plano Safra 2021/2022, por sua vez, apesar de liberar R$ 39,3 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), manteve metas centradas nas cadeias produtivas de commodities de maior valor agregado, mas deveria focar no apoio da produção agrícola para o mercado interno.

A pandemia acelerou processos de digitalização das atividades produtivas e a exclusão digital na agricultura familiar. Apenas 26% dos agricultores familiares brasileiros tinha acesso à internet em 2017. Ampliar e fomentar a inclusão digital são metas centrais para fortalecer a categoria.

Por outro lado, mais e melhores mercados são estratégicos para a agricultura familiar. Não se trata apenas de ampliar canais convencionais de comercialização via redes de supermercados e/ou através das cadeias de exportação, mas fortalecer cadeias curtas, lastreadas em modelos de negócios socialmente inclusivos e ambientalmente sustentáveis.

A construção de mercados que valorizem a produção da agricultura familiar não pode ser feita de forma individualizada. A organização coletiva dos atores sociais em cooperativas é um arranjo institucional fundamental neste processo em tempos de digitalização acelerada das relações de troca. FONTE: ARTIGO: Sergio Schneider, professor de sociologia do desenvolvimento rural e estudos da alimentação na UFRGS e Joacir Rufino de Aquino, professor da UERN.



WhatsApp


CONTEÚDOS RELACIONADOS



Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares
SMPW Quadra 01 Conjunto 02 Lote 02
Núcleo Bandeirante/DF
CEP 71.735-102

(61) 2102 2288 | Fax (61) 2102 2299
secretariageral@contag.org.br

Horário de Funcionamento:
8h30 às 12h e 14h às 18h
A CONTAG é filiada à:
Secretarias
Presidência
Vice-presidência e Relações Internacionais
Secretaria Geral
Finanças e Administração
Política Agrária
Política Agrícola
Meio Ambiente
Políticas Sociais
Formação e Organização Sindical
Mulheres Trabalhadoras Rurais
Jovens Trabalhadores(as) Rurais
Trabalhadores(as) da Terceira Idade
Comunicação
Política Nacional de Comunicação
A Assessoria de Comunicação
Comunicação Visual
Bandeiras de luta
Fortalecimento da Agricultura Familiar
Acesso à terra e reforma agrária
Políticas públicas estruturantes
Políticas Sociais para o meio rural
Paridade de gênero
Sucessão Rural
Fortalecimento dos sujeitos do campo, floresta e águas
Agroecologia
Preservação e conservação ambiental
Combate à violência no campo
Direitos dos Assalariados/as Rurais
Mobilizações
Grito da Terra Brasil
Marcha das Margaridas
Festival Nacional da Juventude Rural
Festival Juventude Rural Conectada
Encontro Nacional de Formação (ENAFOR)
Plenária Nacional da Terceira Idade
Sistemas
SisCONTAG
ARRECADAÇÃO
GUIAS E CONTRIBUIÇÕES
WEBMAIL
SISTEMA DE EVENTOS
INTRANET
JOVEM SABER
LEGISLATIVO
EDITAIS
REFORMA AGRÁRIA
Campanhas Institucionais
Campanha Nacional de Sindicalização – Sindicato de Portas Abertas
Reforma Agrária: nossa luta vale a pena
Década da Agricultura Familiar
Raízes se formam no campo – Educação Pública e do Campo é um direito nosso
Campanha contra a Grilagem
Em defesa da Previdência Social Rural
Plano Sustentar
Cuidados com o Coronavírus
Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico