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AGRICULTURA DEVE TER ANO POSITI
Agricultura deve ter ano positivo
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04 de Janeiro de 2008

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Embalada pela recuperação da produção e do preço das commodities, a agricultura baiana tem perspectiva de um 2008 bastante positivo. As principais culturas do oeste baiano - soja, algodão, milho e café - prometem registrar safra maior em relação à temporada 2006/2007, em função do incremento da área plantada e das melhores condições técnicas das lavouras. Os empresários do setor apostam na elevação da produtividade e também na estabilidade do dólar, depois de um ano em que a moeda americana acumulou uma queda histórica de 16,8%.

O vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Sérgio Pitt, destaca como fatores que devem impulsionar a agricultura na Bahia em 2008 a boa formação da lavoura, especialmente no oeste baiano, a regularidade das chuvas e a estabilidade do dólar.

"O solo teve um ótimo preparo, com nível de tecnologia alto, e os preços dos produtos em geral estão bons. O dólar deve dar uma estagnada, se mantendo nos valores atuais. Já a chuva, embora tenha chegado com atraso - só depois do dia 20 de novembro, enquanto o normal é no início do mês -, surgiu de forma regular - já somou 32 dias seguidos, reforçando as previsões de uma boa safra 2007/2008. A única variável é o tempo. Se as chuvas contribuírem, 2008 será um ano bastante satisfatório", avalia Pitt.

Em 2008, as atenções do setor se voltam também para mais uma tentativa de solução do endividamento dos produtores. "Os agricultores continuam arrastando há anos uma dívida pesada, e é preciso uma solução para que eles consigam trabalhar com tranqüilidade e ampliar os investimentos", salienta o presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), João Martins.

"O efeito dólar baixo está começando a ser assimilado, e já que não estamos conseguindo ganhar pelo preço, temos que compensar ganhando pela produtividade, pegando carona no aumento do consumo de vários produtos", completa.

Segundo o secretário estadual da Agricultura, Geraldo Simões, o governo deve lançar um plano de negociação de dívidas e de diversificação da economia na região produtora de cacau. "A lavoura está decadente, e é preciso ampliar as possibilidades de geração de renda. Além disso, faltam ações efetivas para a área produtora de frutas (região de Juazeiro), com melhoria no sistema de irrigação", observa.

Boas expectativas também em relação à agricultura familiar, impulsionada pelo programa de bioenergia, com a expansão da produção de oleagionosas, e pelo programa sertão produtivo, que visa à formação de cadeias produtivas no semi-árido, como de ovinos e caprinos, frutas, apicultura e mandioca.

Balanço - Mesmo com a forte queda do dólar, 2007 foi considerado bom para a agricultura baiana, uma das principais responsáveis pelo crescimento do PIB do estado no ano passado. A recuperação do preço das commodities, a partir do segundo semestre, deu novo fôlego ao segmento, que foi impulsionado também pelo lançamento de programas voltados para a agricultura familiar.

"O ano de 2007 foi considerado bom também porque vínhamos de um 2006 muito ruim, de alto grau de endividamento dos produtores, queda brutal na produção e produtividade e redução dos preços. Na época do plantio, em outubro de 2006, o dólar estava a R$2,10, enquanto na colheita, em maio de 2007, já estava a R$1,80. Tivemos uma perda entre 15% e 20%", lembra o vice-presidente da Aiba, Sérgio Pitt.

O secretário da Agricultura, Geraldo Simões, cita como destaques de 2007 as ações direcionadas para a agricultura familiar. "O programa de bioenergia, por exemplo, incentiva a produção de diversas oleaginosas, como mamona, girassol, pinhão-manso, dendê e amendoim, com compra garantida pelas indústrias de biodiesel. É mais uma alternativa de renda nas propriedades familiares da Bahia, estado com maior agricultura familiar do país, mais de 125 mil famílias", destaca.

Outra iniciativa foi o incentivo à produção de cana-de-açúcar, estimulada pela construção de mais de dez usinas. "A idéia é tornar a Bahia auto-suficiente, elevando a área plantada dos atuais 100 mil hectares para 960 mil hectares. Hoje, o estado importa 90% do álcool e açúcar que consome", afirma Simões.

O ano de 2007 também foi marcado pela elevação histórica do preço do feijão - que acumulou em 2007 alta de mais 65%, com o quilo sendo comercializado para o consumidor final a mais de R$7. Na avaliação dos produtores, a situação só deve ser normalizada com a entrada da safra do Paraná e Goiás a partir de 2008. FONTE: Correio da Bahia ? BA



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