SAFRAS (22) - O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás-FAEG, Macel Caixeta, recebeu hoje (22), o apoio do setor privado e público por ser contrário à incorporação da Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário (Agenciarural) à Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seagro), conforme foi determinado pelo governador Alcides Rodrigues na reforma administrativa. Macel Caixeta lembrou a importância da atividade agropecuária para o Estado e ressaltou que 80% das exportações são provenientes do agronegócio e 60% do PIB goiano é oriundo do campo. Ele enfatizou que em junho deste ano, encaminhou um documento ao governador de Goiás, no qual mostrava a importância do setor público agrícola na economia goiana e sugeriu algumas mudanças em prol do desenvolvimento do setor, mas não obteve resposta.
Em relação ao processo de reforma administrativa, Macel argumentou que a Faeg não foi comunicada da incorporação da Agenciarural pela Secretaria da Agricultura. Tal fato causou descontentamento a Federação, pois o abrangente trabalho a instituição possui 218 escritórios -, realizado pela Agenciarural pode ser extremamente prejudicado já que a instituição se faz presente em 218 municípios goianos.
Macel fez questão de frisar que não é contrário à reforma administrativa do governo do Estado e que vê necessidade de enxugamento da máquina, a qual está inchada. Mas, segundo ele, a incorporação trará graves prejuízos, porque uma instituição como a Agenciarural agregada à Secretaria da Agricultura não terá a agilidade necessária para dar a dinâmica que o setor exige. Exemplificou o caso de convênios com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, cujas assinaturas foram adiadas por causa da proposta governamental da fusão. Com isso, a agricultura familiar já está sendo atingida e recomendou outras providências para a economia desejada pelo governo atual.
Estiveram presentes na mobilização promovida pela Faeg, representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg), Embrapa Arroz e Feijão, Universidade Federal de Goiás, Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca de Goiás, Organização das Cooperativas de Goiás, Superintendência Federal de Agricultura, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Goiás (CREA) e do Centro Tecnológico para Pesquisa Agropecuária (CTPA).
Trabalhadores rurais podem ser prejudicados.
O secretário de Política Agrícola, Divino Goulart representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg) -, disse ser a favor do enxugamento e em prol da eficiência. Ele diz que a extinção da Agenciarural significa o comprometimento à capacitação dos trabalhadores rurais e a decadência maior da assistência técnica rural. Goulart defende que seja revista a decisão de enfraquecimento dos setores ligados ao trabalhador. Devido a toda essa situação solicitamos junto com a Faeg, uma audiência com o governador Alcides Rodrigues, para discutir a manutenção da estrutura da Agenciarural e assegurar as políticas públicas para o trabalhador rural goiano, argumenta.
A chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Beatriz Pinheiro, reconheceu os esforços da Faeg em prol da agricultura familiar, observou que o setor passa por dificuldades e manifestou também a sua tristeza pela dilapidação do patrimônio constituído pela Agenciarural. Trata-se de uma rede bem estruturada de trabalho, que promove a interlocução com os demais segmentos agropecuários. Sem a autonomia da Agenciarural, o setor sem dúvida ficará comprometido, conclui a pesquisadora. As informações são da assessoria de Imprensa da Faeg.