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As chuvas do final de semana deram um novo fôlego aos agricultores da região de Maringá, que já estão colocando em prática os planos de plantio da safra de verão. O presidente do Sindicato Rural de Maringá, José Borghi, espera por um bom rendimento no noroeste do Estado, com preços satisfatórios e boas vendas futuras, apesar da imprevisibilidade do mercado e do clima.
o diário - Quais são as suas expectativas e apostas para a safra de verão?
JOSÉ BORGHI - As expectativas são boas, graças às chuvas que ocorreram em toda a região. Em alguns lugares choveu mais; em outros, menos... Mas foi suficiente para devolver o ânimo aos produtores.
Quais as culturas que devem ter mais rentabilidade e por quê?
Entre as culturas com estimativa de maior rentabilidade na safra atual está a do milho, que apesar de estar com o plantio atrasado em virtude da falta de chuvas, promete bons resultados. Algumas áreas destinadas à cultura do milho foram substituídas por soja, mas o plantio já foi iniciado, com a expectativa de cobrir a demanda causada pelo aumento nas exportações no início deste ano, o que provocou excassez no mercado. Isso vai garantir as vendas e o bom preço.
Que orientações o sindicato está passando aos produtores?
A previsão do tempo para o decorrer do período de produção não é muito favorável, com indicações de que os efeitos da La Niña reflitam na produção. Esperamos que o clima mantenha a média do ano passado, que foi muito boa. Pedimos muita cautela por parte dos agricultores, para diminuir as perdas. O sindicato tem orientado os agricultores para que eles tenham cautela e se previnam contra possíveis riscos da plantação até a colheita e a comercialização. Para isso, eles devem estar atentos a todos os perigos, fazendo seguro agrícola contra possíveis perdas em virtude de pragas e fatores climáticos. Eles também devem fazer o travamento de preços parcelados, diminuindo os riscos e garantindo a rentabilidade.
Como está a questão do endividamento dos agricultores?
As dívidas continuam sem solução, com a diferença de que o governo fez um adiantamento sem medidas concretas para o saneamento das dívidas das safras frustradas.
Os produtores estão deixando de investir nas lavouras para pagar as dívidas contraídas em anos anteriores?
Os agricultores que conseguiram negociar as dívidas continuam na atividade agrícola. Mas os que ainda estão com pendências no pagamento das linhas de crédito rural estão perdendo o direito aos recursos que o governo tem disponibilizado. Isso está refletindo na saída da atividade de alguns desses produtores ou a diminuição da área de plantio. Não há muitos casos como este em Maringá, mas o sindicato tem procurado amparar e orientar os agricultores que continuam com essas dívidas acumuladas, além de continuar na busca por uma solução com o governo federal para a implantação de políticas agrícolas de longo prazo. FONTE: Diário do Norte do Paraná ? PR