O agricultor Ary Hernandez Castijo, de 50 anos, foi preso em flagrante sob acusação de manter sua companheira, Maria Aparecida Rosa, de 36, em cárcere privado por 18 anos, no sítio onde moravam, em Pedranópolis, a 563 quilômetros de São Paulo. Castijo é acusado de reduzir a companheira a condições análogas à escravidão e de ameaçá-la com armas de fogo. "A vítima nos contou que ele ameaçava matá-la, caso tentasse fugir, e ainda a obrigava a trabalhar no serviço pesado do sítio, como ordenhar vacas e capinar, colocando-a em constrangimento, sempre sob a vigilância dele, com armas de fogo municiadas", contou a delegada Maristela Lima Dias. Com Castijo foram apreendidos dois revólveres, uma espingarda e munição.
A polícia prendeu Castijo após denúncia da mãe da vítima, Adelaide de Oliveira Lima, de 66 anos, que teria recebido ligação anônima, anunciando o possível assassinato da filha. Adelaide disse que não falava com a filha desde que ela saiu de casa, há 18 anos, nem com as netas - de 16 e 4 anos, filhas do casal -, embora morassem na mesma cidade, de 1,5 mil habitantes. "Ele não deixava minha filha falar comigo e ameaçava nossa família quando íamos lá."
Para evitar que a mulher saísse, Castijo levava as crianças à escola. "A vítima só deixava o sítio duas ou três vezes por mês, quando precisava fazer compras, e, mesmo assim, sempre acompanhada do agressor. Ainda era obrigada a andar de cabeça baixa, sem poder olhar para os lados", contou a delegada. A adolescente confirmou a história da mãe. Elas foram levadas para a casa de parentes, numa cidade próxima.
Castijo negou as acusações. "Ele disse que não impedia a companheira de sair e que não a agredia", contou a delegada. O advogado de Castijo, Fernando Mateus Poli, vai entrar com pedido de liberdade provisória. FONTE: O Estado de São Paulo - 08/05/2008