Com o objetivo de capacitar lideranças para construir uma agenda de trabalho acerca da Década da Agricultura Familiar, a CONTAG realiza desta terça-feira (10) até quinta-feira (12), em Brasília, o Curso Nacional de Formação a Década da Agricultura Familiar: Ações e Estratégias para a Promoção do AIAF+10, com dirigentes e assessores(as) das 27 Federações que integram o Sistema CONTAG e representantes de organizações do Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina, Chile e Uruguai.
Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Década das Nações Unidas para a Agricultura Familiar (2019-2028) foi lançada no Brasil, em setembro, durante solenidade na Comissão Geral da Câmara proposta pela Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, presidida pelo deputado Heitor Schuch (PSB/RS). O objetivo da Década é colocar em prática um Plano de Ação Global da Década que contém sete pilares estratégicos contra a fome e a pobreza vinculados às metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). (Conheça os sete pilares no final da matéria)
A Década da Agricultura Familiar é uma importante estratégia para acabar com a fome até 2028, tendo a agricultura familiar no centro deste debate. Portanto é fundamental que todas as instâncias do Sistema CONTAG (Sindicatos, Federações e CONTAG) estejam envolvidas no lançamento e implementação nos Estados e municípios, e no diálogo com governos e setores da sociedade sobre as ações de promoção da Década da Agricultura Familiar, destacou na abertura do Curso, o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG, Alberto Ercílio Broch.
Alberto Ercílio Broch, vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG
Apesar da Agricultura Familiar ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), o atual governo brasileiro tenta invisibilizar a importância desta forma de produção que responde por mais de 70% dos alimentos que estão na mesa do povo brasileiro. Lembrou o presidente da CONTAG, Aristides Santos. No Brasil, a Agricultura Familiar não tem tido o respeito que ela merece. Tanto no governo federal como no Congresso Nacional estão cortando recursos que são fundamentais para manutenção e ampliação de programas e políticas públicas da Agricultura Familiar, afirmou.
Aristides Santos, presidente da CONTAG
Aristides ainda pontuou que o governo federal para esconder a importância desta forma de produção colocou juntas no Plano Safra 2019-2020, a agricultura familiar e a agricultura patronal. E que inclusive em suas publicações e discursos, não se fala mais em Agricultura Familiar. Assim, a Década é mais um convite para o Sistema Confederativo CONTAG continuar dando visibilidade e fortalecer a categoria dos agricultores e agricultoras familiares, pontuou.
A secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora Geral da Marcha das Margaridas 2019 Mazé Morais, destacou a necessidade de fortalecer na base a Década da Agricultura Familiar. É um momento para fortalecermos a nossa Agricultura familiar, desde os nossos povoados e municípios, tendo como meta central a construção de políticas públicas que atendam as necessidades dos agricultores(as) familiares e promoção dos ODS´s nos territórios rurais.
Mazé Morais, secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora Geral da Marcha das Margaridas 2019
Mazé ainda lembrou que 2020 é um ano eleitoral e que precisamos estar atentos e atentas para elegermos candidatos(as) que defendam o projeto político do Sistema CONTAG: Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS).
Também estiveram representando a CONTAG na abertura do Curso, a secretária de Políticas Sociais, Edjane Rodrigues, a secretária de Jovens, Mônica Bufon e a secretária da Terceira Idade, Josefa Rita da Silva (Zefinha).
Edjane Rodrigues, secretária de Políticas Sociais; Mônica Bufon, secretária de Jovens e Josefa Rita da Silva (Zefinha), secretária da Terceira Idadeda CONTAG
Os sete pilares do Plano de Ação da Década da Agricultura Familiar são:
1. Criação de ambiente político favorável para fortalecer a agricultura familiar;
2. Apoiar a Juventude a garantir a Sucessão Rural da Agricultura Familiar;
3. Promover a equidade de gênero e o papel de liderança das mulheres da Agricultura Familiar;
4. Fortalecer as organizações da Agricultura Familiar;
5. Melhorar a inclusão socioeconômica e o bem-estar da Agricultura Familiar;
6. Promover a sustentabilidade da Agricultura Familiar para alcançar sistemas alimentares resilientes às mudanças climáticas; e
7. Fortalecer a multidimensionalidade da Agricultura Familiar para alcançar inovações sociais que contribuam ao desenvolvimento territorial, salvaguarda da biodiversidade, meio ambiente e cultura.
FONTE: Comunicação CONTAG- Barack Fernandes