A abertura oficial do 18º Grito da Terra Brasil aconteceu no final desta manhã, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O ato foi acompanhado pelos milhares de trabalhadores e trabalhadoras rurais que vieram de todo país e por lideranças de entidades parceiras. Vários parlamentares prestigiaram o evento e apoiaram a pauta de reivindicações da categoria trabalhadora rural. Estiveram presente os deputados federais Domingos Dutra (PT-MA), Assis do Couto (PT-PR), Daniel Almeida (PcdoB-BA), Zé Silva (PDT-MG), Padre Tom (PT-RO), Marcon (PT-RS), Erika Kokay (PT-DF) e o deputado estadual Jean Fabrício (PcdoB-BA).
O presidente da CONTAG, Alberto Broch, iniciou as falas e reafirmou a importância do GTB na história de lutas do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR). “A maioria das políticas públicas para o campo, do Governo Lula para cá, são fruto das negociações do Grito da Terra Brasil”. O dirigente aproveitou para informar que a pauta desse ano inseriu a problemática da seca do nordeste e do sul e das enchentes no norte, que trouxeram enormes prejuízos para os agricultores e agricultoras familiares brasileiros. “Nós queremos nesse Grito da Terra Brasil negociar e conquistar políticas concretas, mas também queremos dialogar com a sociedade, que deve valorizar quem produz os alimentos que chegam à nossa mesa”, destaca.
Representando todos os parlamentares presentes, o deputado federal Domingos Dutra, que é presidente da Frente Parlamentar dos Direitos Humanos, enfatizou a luta dos deputados parceiros que buscam a aprovação de políticas e leis de interesse da agricultura familiar, como a PEC 438/01 e o novo Código Florestal Brasileiro. “Agora, temos que convencer a presidenta Dilma a destinar mais recursos para a reforma agrária”, disse o deputado.
O ex-presidente da CONTAG, Francisco Urbano, também participou da abertura oficial. Ele resgatou a trajetória dos dirigentes sindicais no período da ditadura militar, onde muitos foram assassinados, violentados e foram obrigados a viver no exílio por muitos anos. Urbano está na expectativa de que a Comissão da Verdade solucione muitos desses casos.
As centrais sindicais CTB e CUT apoiaram o GTB. Jailson Cardoso, diretor da CTB, reconheceu a unidade do Sistema CONTAG, que congrega milhares de trabalhadores e trabalhadoras rurais, e é considerada a maior entidade sindical da América Latina. “A pauta da CONTAG é também nossa pauta”, afirmou. Já o secretário de Organização Sindical da CUT, Jacy Afonso, disse que o governo Dilma precisa ter ousadia para enfrentar os latifundiários, como tem enfrentado os banqueiros. “O governo tem que tratar os desiguais de forma diferente”, defende.
Por fim, Gerardo Iglesias, diretor da UITA da regional América Latina, parabenizou a confederação por esse grande ato e aproveitou para informar a eleição da CONTAG para o comitê internacional que defende os interesses dos assalariados e assalariadas rurais. A escolha da entidade teve o apoio de organizações de assalariados e camponeses de todos os continentes. O dirigente também destacou o empenho do movimento sindical em combater a violência. “A impunidade é o combustível que está alimentando a violência que ocorre no campo. Talvez em setembro faremos um grande fórum aqui no Brasil contra a violência no meio rural”, informa.
Programação – No período da tarde, os trabalhadores e trabalhadoras rurais sairão em caminhada em direção aos Ministérios do Trabalho e Emprego e Fazenda. No caminho, aproveitarão para cobrar de outros ministérios resposta à pauta de reivindicações.
Outras comissões estão se dirigindo nesse momento à Câmara dos Deputados, onde participarão de uma agenda da Comissão dos Direitos Humanos e de uma audiência com o presidente Marco Maia. Mais tarde, por volta de 17 horas, outra comissão será recebida pela presidenta Dilma Rousseff. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi