No dia mundial da alimentação, a principal bandeira da Contag e de todas entidades filiadas à Coprofam (Confederação de Organizações de Produtores e Agricultores Familiares, Camponeses e Indígenas do Mercosul Ampliado), é a Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional. A segurança e soberania alimentar e nutricional é a possibilidade de todas as pessoas terem o acesso físico, social e econômico aos alimentos em quantidade suficiente para se alimentarem e de qualidade nutricional. A vice-presidente da Contag e Secretária Geral da Coprofam, Alessandra Lunas, esteve essa semana em Roma participando dos eventos do Foro da Sociedade Civil para a Alimentação e da 36ª., reunião do Conselho de Segurança Alimentar da FAO/ONU, sobre segurança alimentar que são espaços importantes, entre outros, para articular a luta contra a fome. “Este é o primeiro espaço em nível mundial que garante o debate da segurança alimentar, o combate a fome e o abastecimento que garante a participação das organizações da sociedade civil”, enfatiza a sindicalista. De acordo com os dados da FAO, um bilhão de pessoas passa fome crônica no mundo. O dado é alarmante, principalmente porque ¾ desses famintos do mundo estão no meio rural. Essa situação pode ser ainda pior se considerarmos que a população mundial deverá crescer 34% nos próximos 40 anos. Para acompanhar esse crescimento será necessário aumentar em 70% a população agrícola para alimentar todas essas pessoas. É nesse contexto que a agricultura familiar ganha maior importância nas discussões dos fóruns internacionais como umas das grandes soluções para reduzir a fome no mundo por sua enorme capacidade de produzir alimentos e garantir a soberania alimentar das populações. Para Alessandra, o primeiro passo a ser garantido é o acesso das famílias a terra. Segundo ela, a concentração de facilita o crescimento de mercados cada vez mais concentradores e monopolizados que atendem apenas aos interesses do agronegócio e dos mercados globais. “Para combater a fome, tem de investir em produção de alimentos e em quem produz alimentos com políticas e programas específicos para o fortalecimento da agricultura familiar”, analisa. Por isso é cada vez mais necessário que se implementem políticas públicas diferenciadas que fortaleçam a agricultura familiar e camponesa no mundo, defende Alessandra. Isso “Hoje é cada vez mais importante e necessário que se discutam e viabilizem políticas e programas convergentes entre os governos de todos os países, porque a agricultura familiar é que garante a produção de alimentos”, afirma ela. É com este objetivo de fortalecimento da agricultura familiar, que a Coprofam e a Contag vem participando ativamente da campanha para que a ONU declare o Ano Internacional da Agricultura Familiar. O reconhecimento internacional da agricultura familiar como um ator fundamental no combate a fome, de forma prática, também vai fortalecer as nossas lutas para a criação e o fortalecimento de políticas públicas específicas para a agricultura familiar em todos os países. Apoio do MSTTR – É com essa agenda política de fortalecimento da agricultura familiar que a Contag continua a luta para a implementação do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. A batalha para o enfrentamento da fome, no Brasil e no mundo, passa necessariamente pelo fortalecimento da agricultura familiar com a implementação de políticas públicas específicas e diferenciadas. Mas também tem sido importante a nossa participação nas iniciativas internacionais como a na campanha “Por um Mercosul Sem Fome” organizada e coordenada pela Coprofam e Action Aid e na campanha da FAO para recolher 1 milhão de assinaturas em todo o mundo para ser entre na ONU. A petição da campanha da FAO está disponível no site da Contag (www.contag.org.br) FONTE: Assessoria de Relações internacional da Contag