Na América Latina e Caribe, 49 milhões de pessoas passam fome. Isso significa que 9 em cada 100 latinoamericanos não ingerem calorias diárias necessárias para uma vida saudável (FAO-2012). Paralelamente, há o crescimento do agronegócio e da pesca, aumentando a mecanização, monocultura e uso de produtos químicos, que ameaçam a agricultura familiar e, consequentemente, a manutenção da produção sustentável de alimentos. Muitas famílias são afetadas por estas medidas extensivas do agronegócio e pela ausência de políticas que estimulem e favoreçam a produção de alimentos saudáveis.
Em 2012, a CONTAG, junto a outras organizações sindicais e movimentos sociais da América Latina, inclusive com a UITA, manteve sua luta contra a fome e a pobreza e em defesa da agricultura familiar em vários espaços de denúncia, debate e proposição sobre a tomada de decisões internacionais do governo brasileiro e de outros países que integram o Mercosul, como a FAO, Fórum Social Mundial, Rio + 20 e outros.
Também foi um ano de reafirmação do compromisso da CONTAG com as ações de integração regional junto às organizações sindicais da Confederação de Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (COPROFAM) na assembleia de março, que esboçou um plano de estudos e articulação para influenciar nas decisões da Reunião Especializada da Agricultura Familiar (REAF) e no programa regional de integração do Mercosul.
Nos debates internacionais realizados no Brasil, Fórum Social Mundial e Rio + 20, e perante os organismos da ONU, o Mecanismo da Sociedade Civil e o Conselho de Segurança Alimentar, se destacou a função econômica, social, cultural, ambiental e territorial dos homens e mulheres da agricultura familiar e assalariados rurais da Ásia, África e países de língua portuguesa. “Destacamos a importância da articulação urbana-rural em defesa da soberania alimentar e nutricional de nossos países e continentes frente à expansão generalizada da agroindústria e das empresas agroalimentares que desvirtuam os hábitos de consumo das populações e empobrecem a qualidade nutricional dos alimentos”, disse a vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da CONTAG, Alessandra Lunas.
Com ou intuito de analisar estes impactos também no Brasil, em 2012 aconteceu uma série de atuações conjuntas com diversas Secretarias da CONTAG. Junto à Política Agrária houve um empenho para que a FAO aprovasse as Diretrizes Voluntárias pela Posse da Terra, para que os governos assumam a problemática na definição e execução de suas políticas. Com Assalariados, Política Agrícola e Mulheres foram realizados estudos em uma experiência de corresponsabilidade com a OXFAM, com o enfoque na soberania alimentar na situação dos assalariados(as) rurais, na produção e comercialização das famílias agricultoras em pequena escala e no Observatório da Marcha das Margaridas. Finalmente, com o Foro Rural Mundial da Europa e as organizações de produtores camponeses de Ásia, África e América Latina, desenha-se nossa atuação dentro do Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014, na perspectiva de melhorar as políticas públicas de produção, comercialização e transformação da agricultura familiar e a favor da alimentação de nossos povos. FONTE: Imprensa CONTAG