A semana em comemoração ao Dia Internacional da Mulher - 8 de Março - é a ocasião para as mulheres trabalhadoras rurais retomarem as discussões feitas durante a Marcha das Margaridas, mobilização que reuniu 50 mil mulheres do campo em Brasília, nos dias 21 e 22 de agosto de 2007. A coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, Carmen Foro, enfatiza que é o momento de levar o debate para estados e municípios.
A Marcha das Margaridas é um processo permanente de luta pelos direitos das mulheres do campo e, por isso, as discussões e as mobilizações pela concretização dos 107 itens da pauta não se encerraram em Brasília e precisam ser debatidas com os governos estaduais e municipais.
As trabalhadoras rurais construíram, ainda, uma pauta interna dirigida ao Movimento Sindical com objetivo de combater todas as formas de discriminação e violência e criar uma cultura de respeito, igualdade e democracia.
"A nossa orientação política é que as mulheres façam o desdobramento da pauta da Marcha em âmbito local, estadual, regional, nas comunidades e com o conjunto de companheiros e companheiras", afirma Carmen Foro.
Outra orientação da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais é o debate em torno de uma maior participação feminina nas eleições municipais e nas eleições sindicais. Segundo Carmen, a idéia é reforçar a discussão sobre a importância de eleger mulheres comprometidas com o projeto político de um País justo, democrático e soberano, com igualdade para as mulheres.
Desafio - A dirigente da Contag lembra que aumentar a participação feminina em cargos públicos e nos sindicatos é um grande desafio. "Nós já provamos que somos capazes de fazer grandes mobilizações. A nossa ousadia é muito grande em fazer o que fizemos nesse País, mas não basta só lutar por políticas públicas, queremos fazer também uma luta política por maior participação das mulheres na melhoria da democracia nesse País e para melhorar também nossa participação e ocupação de espaços de poder", reforça Carmen.