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4º Grito do Semiárido Piauiense acontecerá nesta quinta e sexta
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15 de Outubro de 2014



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Será realizado nesta quinta (16) e sexta (17) no município de São Raimundo Nonato, o 4º Grito do Semiárido Piauiense. O movimento é uma iniciativa de luta popular de agricultores/agricultoras familiares, que visam uma política pública permanente no semiárido.

De acordo com a Secretária de Meio Ambiente e Convivência como Semiárido da FETAG-PI, Maria Betânia, participarão do evento, trabalhadores e trabalhadoras das áreas em pesquisa na região de São Raimundo Nonato e municípios adjacentes, famílias das áreas atingidas pela GALVANI , VALE, BEMISA e representantes de áreas de conflitos em Estados vizinhos.

O 4º Grito mantém o tema “POLÍTICA PÚBLICA PARA O SEMIÁRIDO E A INTERVENÇÃO DA MINERAÇÃO”, mesma temática discutida em 2013 e desenha-se numa outra direção, na expectativa de desencadear uma agenda de esclarecimentos e providências relativas aos direitos das famílias das áreas atingidas e em prospecção.

De acordo com Maria Betânia, serão convidados para a audiência os titulares do Ministério Público Federal e Estadual, incluindo a Promotoria Pública Ambiental sediada em São Raimundo Nonato – PI. “ Até o momento as organizações que promovem o 4° grito e entidades parceiras apostam na reunião de mil pessoas”, disse.

A programação do dia 16, acontecerá no centro diocesano D. Inocêncio em São Raimundo Nonato, com um seminário com lideranças das diversas áreas de conflito, para aprofundamento da temática com uma mesa compostas por entidades de assessoria; depoimento de famílias de áreas atingidas: Quilombo Lagoas-SRN, Morro do Mel-SRN, Baixio dos Belos – Curral Novo – PI, Lagoa do Mato – Caracol – PI, Angico dos Dias – BA; Capitão Gervásio Oliveira – PI, Quilombo Tapuio – Queimada Nova – PI; São João do Piauí; assessoria de advogados/as sobre direitos das regiões e famílias atingidas; escolha dos depoimentos que serão apresentados na audiência pública do dia 17.

E no dia 17 será realizado o Grito, iniciando com café comunitário na Avenida dos Estudantes a partir das 06:30h; em seguida a caminhada as 07:45h com um marco espiritual. “A audiência pública está prevista para as 09:30h com os depoimentos das famílias eleitos no dia anterior, falas de apoio; representação dos/as advogados/as; fala do Ministério Público”, complementa.

SOBRE O GRITO:

Em 25 de maio de 2011 o Bispo Diocesano de São Raimundo Nonato D. João Santos Cardoso convocou a representação das paróquias e dos setores pastorais, serviços e organismos da Diocese para discutir as conseqüências da seca na região. Um documento foi elaborado e emitido às Secretarias de Estado e ao Gabinete do então Governador Wilson Martins, solicitando providências emergenciais e ações estruturantes para superação do flagelo. Nenhuma resposta efetiva foi encaminhada.

Uma semana depois outras organizações sociais como sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais – STTRs da região, Sindicatos de Servidores Públicos Municipais – SINDSERM, Sindicato de Trabalhadores/as de Educação do Estado do Piauí – SINTE, SOS Caracol, Capoeira Quilombo, Associação do Quilombo Lagoas, Centro Popular, pastorais sociais como Cáritas Diocesana e Comissão Pastoral da Terra – CPT, com base no documento, entenderam como necessário ampliar uma manifestação de denúncia da ausência de uma política pública para o semiárido. No mesmo ano realizou-se o 1º Grito do Semiárido reunindo numa audiência pública, no Ginásio Poli Esportivo de São Raimundo Nonato, mais de mil trabalhadores e trabalhadoras com secretarias de Estado como Defesa Civil, SDR, SEMAR e INCRA. Apenas as duas primeiras enviaram representantes e nenhuma agenda de compromissos foi assumida.

O 2º Grito do Semiárido foi reforçado pelo Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido – FPCSA e foi realizado em Picos em 2012, mais uma vez as mesmas secretarias enviaram representantes mas o agendamento necessário aos encaminhamentos de elaboração e implantação de uma política eficaz e permanente não aconteceu.

O 3º Grito aconteceu em 2013, novamente São Raimundo Nonato acrescentando a preocupação com o avanço das pesquisas de empresas mineradoras no território que resultou no seguinte tema “POLÍTICA PÚBLICA PARA O SEMIÁRIDO E A INTERVENÇÃO DA MINERAÇÃO”.

Pautou-se mais uma vez a dificuldade do debate em torno desta política discutindo agora como implantá-la considerando os impactos sociais e ambientais previstos com a intervenção das possíveis áreas de extração de minério além das já definidas como a GALVANI no limite do Piauí com a Bahia, já com registros de conseqüências nocivas constatadas pelas famílias do entorno, a VALE em Capitão Gervásio Oliveira pronta para iniciar a atividade de exploração e a o processo de queimadas de madeira em mata virgem dentro do Território Quilombola Lagoas, sob licença da SEMAR, segundo a empresa, para atividade de manejo ambiental. Ressalte-se que área ainda está sob responsabilidade do INCRA para regularização fundiária do Quilombo, há três anos sem qualquer avanço. A audiência não se concluiu porque a coordenação do Grito entendeu que não era mais possível ouvir representantes dos titulares dos órgãos públicos: SEMAR, INCRA, SDR E SECRETARIA DE MINERAÇÂO. FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAG-PI - Káttia Rodrigues



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