“Não vou sair do campo pra pode ir pra escola, educação do campo é direito e não esmola”
Teve início na cidade de Goiás, o Seminário de abertura da 2ª turma de Direito para beneficiários da reforma agrária e agricultores familiares.
Para o secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalvesque esteve presente na abertura do Seminário, o curso é uma demonstração clara da resistência do meio rural brasileiro pelo direito por uma educação do campo em todos os níveis.
“Esta é uma conquista que começamos desde 2007 quando implementamos a 1ª turma de Direito para beneficiários(as) da reforma agrária no Goiás. Assim, seguimos na regional da Universidade Federal de Goiás, com a presença do nosso povo, dos nossos alunos(as), das organizações sociais. Ora na sala de aula, ora dialogando com os professores(as), com própria Universidade. Sempre no sentindo de construir uma proposta pedagógica em que as Instituições Superiores de todo Brasil assumam essa educação voltada para o meio rural, como uma demonstração clara, em reconhecimento ao direito que os assentados(as) da Reforma Agrária e Agricultores(as) Familiares têm de formar seus filhos e filhas em um curso superior”, destaca José Wilson. O Curso que inicia agora é a continuidade de uma ação articulada da CONTAG, Fetaeg, INCRA, MEC e UFG. Assim, para a CONTAG, o papel do Ministério da Educação é fundamental e não pode parar, mesmo diante da instabilidade de gestão do governo interino de Michel Temer-PMDB. “O MEC deve assumir a educação do campo como uma política permanente e regular. Apesar de ser um governo ilegítimo e provisório, Michel Temer não pode seguir desmontando o MEC como um negócio para facilitar que o sistema privado possa se apropriar dos recursos do Governo, para lucrar em cima do ensino público. Não aceitaremos nem um retrocesso nos direitos que já alcançamos ate aqui. Desta forma, vemos o Curso de Direito para beneficiários da reforma agrária e agricultores familiares como reafirmação da nossa luta por direito a educação do campo para o meio rural”, ressalta o secretário de Políticas Sociais da CONTAG .
Quem também deve contribuir com os debates e aprofundamentos na nova turma, é o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG, e secretário de formação da COPROFAM, Willian Clementino, aprovado no ultímo vestibular do Curso de Direito para beneficiários da reforma agrária e agricultores familiares da UFG. . "Acho que o maior sentimento de pertencer a essa turma é se sentir sujeito da nossa propria história. Isso que acontece nesse curso de Direito da UFG, já é resultado da nossa luta por garantia da educação no campo e nossa insersão nos espaços. Nesse sentido, como assentado da Reforma Agrária, eu me sinto muito, muito feliz, em poder participar da turma, e acho que a minha contribuição quanto militante e dirigente da CONTAG é fazer com que o nosso Curso e a Universidade possam se aproximar cada vez mais os seus debates, estudos, trabalhos de pesquisa e extensão, à realidade da agricultura familiar, dos camponeses com terras e sem terras, no sentido da gente seguir fazendo e garantindo um conjunto de direitos para os trabalhadores e trabalhadoras", destaca Willian. Willian ainda destacou alguns desafios e perpectivas referentes ao ensino superior para os povos do meio rural. "Com o passar desses 6 anos em regime de alternância vamos poder voltar com mais capacidade, com mais qualidade, para incidir em todos os espaços do MSTTR. No sentido de fortalecer, e na garantia de que milhares e milhares de filhos(as) de agricultores(as) que sempre foram excluídos das políticas públicas possam ingressar na Faculdade e possam fazer a diferença. Agora estamos em Direito, amanhã precisamos galgar outros Cursos, como Medicina. Enfim, nós também somos sujeitos do conjunto das políticas públicas do País", afirmou o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG, e secretário de Formação da COPROFAM. Mais sobre o Curso de Direito O Curso que tem 60 vagas e é direcionado para beneficiários e beneficiárias da reforma agrária e agricultores e agricultoras familiares será ministrado na Regional Goiás da UFG, na modalidade presencial no campus da UFG em Goiás Velho-GO, em regime de alternância. É composto por dois momentos de formação: o tempo universidade e o tempo comunidade, com atividades concentradas e organizadas em calendário próprio para a integralização curricular, com duração de 6 anos. Será desenvolvido com aulas presenciais nas dependências da Universidade Federal de Goiás, na Regional Goiás. As aulas concentradas ao longo do semestre, observando a dinâmica das etapas curriculares, com turnos de estudos distribuídos de segunda a sábado. O tempo comunidade será realizado nas comunidades de origem da moradia dos e das estudantes, para o cumprimento do fluxo curricular da alternância, com acompanhamento sistemático dos professores formadores. FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes