Os assentamentos destinados à reforma agrária elevaram em 400 mil o número de pessoas que trabalham em propriedades rurais da agricultura familiar, diz o IBGE. Dos 5,2 milhões de estabelecimentos rurais, 78% tinham membros das famílias dos donos envolvidos na produção. O percentual era mais baixo em 1996: 75,9%.
Para Antonio Carlos Florido, coordenador do Censo Agropecuário, o principal indutor da expansão do número de pessoas ligadas à agricultura familiar foi o programa de assentamentos rurais para famílias sem terra.
A expansão da agricultura familiar, diz o IBGE, foi "generalizada no país". A exceção foram algumas áreas no Norte, especialmente nos Estados do Pará e Amazonas.
No Nordeste, o aumento da participação de empregados com laços de parentesco com o dono das propriedades se destacou em Alagoas e Pernambuco. Os dados, diz o IBGE, "parecem refletir o assentamento de famílias de trabalhadores agrícolas em regiões tradicionais de lavoura de cana-de-açúcar".
Na região, a Bahia viveu um movimento oposto: a expansão da agricultura empresarial, especialmente no oeste do Estado, onde predomina a soja. Naquela região, foi verificada a maior proporção de trabalhadores sem vínculo familiar com o dono.
De modo geral, o emprego no campo caiu de 1996 a 2006. O total de trabalhadores baixou 1,5 milhão, de 17,9 milhões para 16,4 milhões, refletindo o aumento da urbanização. De um período para o outro, a queda no total de trabalhadores foi de 8,5%.
O IBGE contou e fez o georeferenciamento de todas as propriedades rurais por meio de GPS. Os dados passam a fazer parte de cadastro de endereços rurais, com 5,2 milhões de propriedades. FONTE: Folha de São Paulo ? SP