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JUVENTUDE RURAL PRESENTE
1º Encontro Estadual da Juventude Camponesa do Tocantins fortalece a unidade dos movimentos na luta pela garantia de direitos
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10 de Julho de 2017



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Em Palmas (TO), cerca de 250 jovens participantes de diversos movimentos sociais se reuniram para fortalecer a luta unitária pela garantia de direitos e contra qualquer tipo de retrocesso que o atual governo federal tenta impor sobre a população brasileira. O 1º Encontro Estadual da Juventude Camponesa do Tocantins - que começou no dia 7 e termina hoje (10) com um ato público nas ruas da capital do estado – trouxe intensos debates sobre as questões que mais afetam os jovens agricultores(as), extrativistas, assalariados(as) rurais. O ato nas ruas de Palmas resultou em uma audiência na Secretaria de Educação do estado, onde os(as) jovens entregaram uma carta que reúne todos os pontos debatidos durante o encontro, que reproduzimos ao final desta matéria.

“Nesse momento de crise política e econômica de nosso País, são fundamentais todas as iniciativas para unir os movimentos sociais por nossas causas comuns. A juventude do campo, florestas e águas do Brasil demanda educação, acesso a terra, oportunidades de geração de renda, acesso à saúde, tecnologias, lazer, esporte e todos os direitos garantidos na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente”, afirmou a secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon Augusto. Para a dirigente, o encontro é um momento muito especial que marca a unidade, superando as diferenças entre os movimentos para que juntos exerçam uma pressão maior para evitar medidas que vão prejudicar as atuais e as futuras gerações do campo brasileiro. “Se aprovada, a reforma trabalhista vai enfraquecer os movimentos sindicais e a justiça do trabalho. A reforma da previdência, da forma como foi proposta, vai impedir que milhões de agricultores e agricultoras acessem esse direito básico, que atualmente é um dos principais motores econômicos de mais de 70% dos municípios brasileiros. A juventude será diretamente afetada por essas medidas e precisamos unir forças para evitar o desmonte das políticas públicas brasileiras”, completa Mônica Bufon.

O secretário de Jovens da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Tocantins (Fetaet), Jefferson Bezerra, afirma que, através do encontro, é possível fortalecer a integração dos jovens. “Precisamos de novos encontros para não desistirmos diante da conjuntura política pela qual passamos. Temos que nos unir e com certeza seguir em frente, juventude para sempre”, afirma Jefferson. O jovem Paulo Henrique, que faz parte do Coletivo Nacional da Juventude do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), afirma que um dos objetivos do encontro é analisar as consequências para a juventude do campo das medidas tomadas por este governo que está implementando o desmonte políticas públicas. Ele destaca três desafios principais para o conjunto dos movimentos populares. “Primeiro a mobilização da classe trabalhadora: a juventude tem papel fundamental para motivar a classe trabalhadora para ir as ruas pedir Fora Temer, Diretas Já e Nenhum Direito a Menos. Segundo que é possível afirmar a unidade e esse encontro é prova disso. Terceiro que a unidade é que possibilita os próximos passos da luta”. Leia a seguir a carta elaborada durante o1º Encontro Estadual da Juventude Camponesa do Tocantins: Carta de Palmas “Aqui se respira luta” Nós, a juventude camponesa de Tocantins, organizados(as) no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), FETAET, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), povos indígenas, quilombolas, Associação Tocantinense de Agroecologia, Caritas, reunimos 300 jovens na Universidade Federal de Tocantins (UFT) entre os dias 07 a 10 de julho para refletir sobre nossa realidade camponesa e pensar o nossos desafios para o próximo período. Vivemos em nosso país um golpe contra a democracia brasileira que está impondo uma vasta retirada de direitos conquistados pela luta da classe trabalhadora. Os golpistas que hoje assumem os três poderes da República querem impor uma agenda neoliberal ao povo, a exemplo das reformas da previdência e trabalhista, vender nossas terras para os estrangeiros e privatizar os recursos públicos do povo brasileiro. Atravessamos na sociedade brasileira uma combinação de crise política, econômica, social e ambiental. Já são mais de 14 milhões de desempregados e a tendência é aumentar. A juventude são os mais afetados pelas medidas golpistas do Temer, com a reforma do ensino médio, o projeto de lei escola sem partido, a privatização de nossas terras pela MP 759. Eles (os golpistas) querem transmitir para a sociedade que o país está no caminho certo e saindo da crise econômica, essas afirmações levam à alienação da população, eles estão afundando o país e retirando os direitos da classe trabalhadora. Em tempo de golpe vivemos um período do Estado de exceção que legitima o extermínio em massa da juventude do campo e da cidade, legitima o assassinato de trabalhadores(as) , e as mais severas violações de direitos humanos. Aqui na região amazônica somos a região com maior número de assassinatos de lideranças e massacres de camponeses(as). Vivemos um tempo em que o capital avança cada vez mais com o projeto de mineração, o MATOPIBA, o agronegócio e as diferentes formas de expressão do modelo capitalista burguês. REPUDIAMOS o massacre em Pau D’arco no Pará e Colniza no Mato Grosso. “A todos os nossos mortos nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta”. Nós jovens (sem terra, quilombolas, indígenas, ribeirinhos, jovens rurais), vivemos permanentemente uma intensa expulsão de nossos territórios no campo e somos obrigados a ir morar nas cidades. As consequências dessa expulsão são a falta de acesso a políticas públicas de acesso a educação, cultura, trabalho e renda. Por isso estamos em luta permanente: - Por Fora temer, Diretas já e nenhum direito a menos; - Pela demarcação de todas as terras indígenas e quilombolas; - Pela reforma agrária popular, trabalho e renda; - Por acesso à educação em todos os seus níveis (ensino fundamental, médio e universitário); - Por cultura, esporte e lazer; - Contra a criminalização da luta social e o extermínio da juventude; - Contra o fechamento das escolas no campo. É um tempo em que convoca a nossa geração a formar lutadores e lutadoras do povo brasileiro, porque a nossa melhor escola de formação política é a luta de massas. É nesse contexto que afirmamos os seguintes compromissos: - Em nossos territórios, motivar para que a classe vá ás ruas, pois é só a luta que pode impor derrota aos golpistas; - Fazer trabalho de base e agitação e propaganda para disputar os corações e mentes da sociedade; - Construir a unidade entre nós na juventude camponesa e com a juventude urbana; - Avançar em nossa organização da juventude. Nós precisamos estar organizados em nossos movimentos. Como nos inspirou Fidel e Che, a tarefa fundamental da juventude é construir a revolução. Juventude que ousa lutar constrói o poder popular! Palmas – TO, 09 de julho de 2017 FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto



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